domingo, 7 de fevereiro de 2010

AS ESPECIARIAS E OS TEMPEROS DO AMOR

                                                                    Foto: Internet

Ó meu amor!
Eu quero te sentir no arrepio deste vento louco.
Deste sopro cigano e viajante.
Que toca minha alma na transitoriedade do vendaval do tempo.

Eu quero te sentir na correnteza deste rio.
que contorna as margens e escorrega serra abaixo.
Que toca minha alma na flexibilidade do meu viver.

Eu quero te sentir no canto deste pássaro do sertão.
Que canta meio aos gravetos secos e estorricados pelo sol.
Que toca minha alma na escassez dos sentimentos.

Eu quero te sentir na latência desta semente ainda não plantada.
Que espera o seu tempo para revelar-se.
Que toca minha alma na potencialidade de tudo que podemos.

Eu quero te sentir nas pequenas ondas que beijam a praia.
No movimento do arrastar-se na fronteira mar e terra.
Que toca minha alma com a humildade dos sábios e dos pequeninos.

Eu quero te sentir na música que mais aprecio.
No chorinho, na cantiga de ninar, na poesia cantada, no sussuro relaxante.
Que toca minha alma no romantismo do encontro.

Eu quero te sentir numa caravana de esperançosos.
Caminhanho para encontrar as preciosidades do bem-viver, do bem-querer.
Os mapas secretos, os atalhos, os segredos milinares, as inscrições nas rochas,
as especiarias, os temperos do amor.

Do amor que no seu existir sinta na alma:
a transitoriedade da vida,
a flexibilidade do viver,
a superação da aridez no coração,
a potencialidade,
a humildade,
o romatismo do encontro,
para que ele, O AMOR, sabiamente exista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário