quarta-feira, 23 de abril de 2014

TEIA DA VIDA














Fios que se interligam.
Pingos de chuva em comunhão.
O caminhar de um altera o outro e o todo.
Eu nesta delicada rede.
Da vida.

NATURAL ENCANTO




















Fino e discreto charme
que se revela no feminino.
Rosa e mulher.
Delicada conexão de amor.
Presente acolhido.
Saudade que exala no perfume das pétalas.
Essência de vida.

CORDAS DE LIBERDADE
























O balanço na árvore contagia os pequeninos.
Prá lá, prá cá ...prá lá, prá cá.
O vai e vem da alegria.
Em revezadas emoções.
Soltando sorrisos.
Levados pelos ventos brincalhões
que assanham os cabelos.
Cordas de liberdade
que passeiam prá lá, prá cá.

GRUPO




















Vivo a minha solidão.
Até que me junte a outros.
Diferenciando-me.
Estampas, cores, detalhes, formas...
Jeito de viver minha beleza.
Jeito de cada um.
Jeito de outros.
Que se juntam e se experimentam:
sonhos, ideias, saberes, fantasias, trocas...
lenços coloridos.
Algo em comum vibra na cor azul.
Detalhes de arte adornam o espírito.
Penduricalhos movimentam a vida.
Lenços que abraçam com soltura e beleza.
Braços que trocam energia nutritiva.
Partes mobilizadas trazendo inteireza.

domingo, 20 de abril de 2014

MÃE E FILHO












Pele a pele.
Transbordante afeto.
Orquestrando os corações.
O útero, o umbigo, o nascer,
o peito, o cuidar.
A grandiosa conexão amorosa.
O ninar, brincar, dormir, banhar...
Amor em ascendência.
Inocente obra de arte.
Humano que se diviniza.
No calor de mãe e filho.

COMUNHÃO




















Rosa e mulher.
Belezas em comunhão.
Lábios cor de rosa.
Rosa cor dos lábios.
Em delicado mostrar-se.

MINHA JANELA




















Perspectiva de visão lá fora.
A cortina de renda bege é recolhida.
O verde do arbusto anuncia
a manhã que se abre.
As novidades do jardim.
Os passos das pessoas
indo comprar pão quentinho.
A janela se abre ao lá fora.
O vento traz ao rosto
o frescor matutino.
E a minha alma refrescada
deseja raios de sol.

FONTE DE VIDA












Busca tão essencial.
Gotas sugadas no voo.
Pequenina cachoeira
do ousado pássaro.
De águas cristalinas e viajantes.
Fonte de vida.

PASSARELA DO MATO




















A haste do pendão da cana
se rende ao pássaro visitante.
Beleza estonteante.
Penas de cores suaves
adornando o cenário de palhas secas.
Como a desfilar na passarela do mato. 
Com firme olhar de liberdade.

sábado, 19 de abril de 2014

MEU OLHAR













O meu olhar pousa na tua presença.
Em conexão de abrandada paixão.
Que gela ao invés de efervescer.
Que se faz presente sendo passado.
Roubando atrevidos sorrisos teus.
Sorrisos que não são meus.
Pois inautênticos são.
Fugidios também.
Lindos feito flor em erupção.
O coração murmura palavras bobas.
Brigando com os olhos para revelá-las.
Aos poucos, eles, os olhos,
se cobrem de negra ausência.

RUA DA ALEGRIA




















A alegria tem mão dupla.
Alia-se as coisas simples feito criança.
Faz cócegas.
Não pede licença para passar.
E sai cantarolando
feito sambista com seu pandeiro na mão.
Solta sorrisos.
Mora nos encontros.
Faz passagens entre pontes:
prá lá, prá cá.
O coração que dela se nutre,
borbulha o viver.

FINO BAMBU




















Delicada formosura.
Verticalizando beleza.
Aparentemente solitário.
No tanger dos brandos ventos da serra.
O existir da mais fina simplicidade.
Festejando a natureza.

EM OFERENDA




















Força cósmica.
Luz universal.
Deitando nas águas em movimento.
Em oferenda.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

VILA SAQUINHO




















Foto - Emiliano Soares

Universo entranhado em minhas memórias.
O frio da serra, o verde, o solo fértil.
A "Pedra Branca", a chapada araripana.
As pessoas de lá.
Amado espaço do senhor Cassimiro.
Rezador que ensinava as letras.
Capela de Santo Agostinho.
Vila Saquinho.
Marcas fecundas do meu avô Né Rosendo.

Zona rural município de Porteiras -Ceará

CORTINAS DE VIDA













As soltas águas da cachoeira
deslizam em seus corpos.
Flexíveis cortinas de vida.
A soltar espumas.
A receber beijos molhados.
E o amor se banha
de natural encanto.

SINOS QUE DESPERTAM




















Badalos em irmandade.
Que ressoam em harmonia.
Despertando a pequenina cidade.
As montanhas ainda submersas
no manto da noite.
Os sinos acordam com o sol
o povo de Deus.
Dia do padroeiro.

ROSA VERMELHA GOTA DE SAUDADE






















Eu a verei sempre como a mais linda das rosas.
Vivacidade.
Vermelho acetinado.
Pose festiva.
Brotando paixão.
E na sua base,
uma gota de saudade.

NAVEGAR COM O AMOR




















A lua, o barco e o mar.
Tripla maravilha.
Mas é mesmo o amor
o prazeroso companheiro de viagem.
Tudo atemporal.
Com águas serenadas.
O vento a juntar os corpos.
A dissipar as palavras para serem repetidas.
Navegar o amor.
Nas profundezas e nas margens de chegada.
O brilho da lua como testemunha.
O amor em terra firme.

CARNUDA FLOR














Lâminas vivas
de densa textura.
Côncavas e vermelhas pétalas.
Haste frágil
resistindo aos sopros dos ventos.
A beleza esquece o ao redor.
Firmando-se na carnuda flor.
Boca de mulher.  

BELEZA ESCULTURAL




















O feminino soprado pelo vento.
Gestos suaves e comoventes.
Com leveza de dançarina no palco.
Tecido definindo sua silhueta.
Manto nascido do decote
contornando a pele.
Beleza escultural.
Soltura feminina
no jardim que a faz dançar.

PASSOS NA AREIA




















Naquela manhã de suaves raios de sol.
Passos na areia.
O mar a inspirar e expirar.
Salgando os delicados pés.
O coração a bombear soltos pensamentos.
Numa pulsante alegria.
Como se não estivesse só.

VIAJANTE LUA













Foto - Mustava Guler

Resplandecente lua.
Que se atreve a passear.
Contrastando-se com as escuras dunas.
Diz segredos ao meu coração.
Carrega contigo minhas ilusões.
Movimentando os sonhos.
E se for impossível.
Faz-me aquietar.
Na tua beleza.
A te olhar partindo.

CHORO CELESTIAL




















Apenas uma suave neblina.
Gotas que se abrigam.
No colo da planta seca.
Choro celestial sem sussurros.
Escorrendo pouco a pouco.
Diluindo pouco a pouco.
Na teia da vida.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

VERMELHA PAIXÃO




















O meu beijo será teu, vermelha paixão.
Num elegante contraste sedutor.
De um negro olhar que povoa a alma.
De sangue pulsante.
Que transita da cabeça corpo abaixo.
Desnorteando teu masculino coração.
Numa paixão primaveril.
De embriagante aroma de pele.
De incendiários desejos.
De beijos mil.    

AMOR QUE CHEGA













O vento soprou seus cabelos.
Desalinhando-os.
Rosa vermelha presa a cabeça.
Passos largos.
Respirando pressa.
Uma saudade a se despedir.
O amor pisou no solo.

CONTRASTANTES ÁGUAS



















Viajantes e contrastantes águas.
Serpenteiam os rios Negro e Solimões.
Correndo lado a lado.
Fazendo o mágico "encontro das águas".
Diferenciando-se
na densidade, temperatura
e velocidade.
Gerando o fenômeno esplendorosamente belo.
Na união dos dois rios
surge o gigante Amazonas.
Maior bacia hidrográfica do planeta.
Privilégio da natureza.
Saudada pelo boto-cor-de-rosa.

ALEGRIA E BELEZA
















O sorriso se estende até as mãos.
Ocupadas também por brancas flores matinais.
Que adornarão olhares.
A alegria se aliando a beleza.
Em prodigiosa expansão.

terça-feira, 15 de abril de 2014

AQUECENDO A VIDA




















O sol exibe a sua inteireza.
Expandindo.
Iluminando.
Aquecendo a vida.
Despertando e sumindo
no horizonte de chegada e de partida.
Cobrindo a todos.
Na exuberante força da criação.

RESERVA DE AMOR













Ela busca a reserva de amor.
Tonificando-a.
Com pedras cristalinas
que se lançam no cair das horas.
Na dança da oscilante chama
que prossegue acesa.
Pois ele, o amor, quer irradiar-se.

SOLIDÃO




















A solidão encostada aos meus pensamentos.
O cair das folhas secas de uma noite de outono.
Cenário cor de terra.
O ao redor vestindo-se de escuros mistérios.
Vida adormecida.
Em vigília, só eu e a silenciosa solidão.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

GOTAS CRISTALINAS















A chuva cai branda ao amanhecer.
Precipitando-se nas penduradas hastes verdes.
Gotas cristalinas acendem beleza.
Prodigiosa natureza.
Adornando o jardim de molhada presença.

 

AO TEU ENCONTRO




















Haverá uma saudade aqui.
A remexer meu peito.
A suspirar minha alma.
Na extensão dos caminhos percorridos.
Eu me vestirei de branco,
soltando os pretos fios ao chão.
E uma flor vermelha
ocupará o topo de mim mesmo.
Levando meu olhar.
Ao teu encontro.

PENSAMENTOS




















O que posso dizer-te
neste momento de tantas procuras?
Recordarei cada passo dado de um dançante amor.
Não farei apelos.
Os pensamentos vagueiam em desalinho.
Achados amorosos.
Concentrando-se na essência
e na brevidade do viver.  

O QUE SERÁ O AMOR?




















O amor será sempre uma visita de luz.
Um deslocamento de vida.
Um amanhecer.

RETRAÍDA NOITE
















Estática penumbra.
Sem ventos, sem choro, sem companhia.
Vida sombria.
No porão dos fundos,
impregnado de solidão.
Alma dolorida,
sem brecha para as ideias.
Nada lá fora se alvoroça.
Retraída e escondida noite.
A luz amarela da lamparina
impede o furor da decadência.
Notando a tranca na porta.

domingo, 6 de abril de 2014

DOCE SILÊNCIO






















Um coração que ama em doce silêncio.
Perdido olhar.
Povoado por lembranças.
Deslocando-se em movimentos de espera.
Espera sentida.
Não anunciada.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

FESTA DA SERIGUELA















Buscando frutos da seriguela
aprendi a subir em árvore.
As amigas e irmãs iam junto.
Partilhávamos a fruta
e comíamos em cima da serigueleira.
Embranquecendo o chão de sementes.
Festejando a fartura sem notar.
Com alegria que abastece a infância.
A árvore amava as nossas presenças.
É tanto, que no dia seguinte,
tinham mais seriguelas prontas
ofertadas as crianças.

PÁSSAROS PRAZER ESTÉTICO














Pequenas criaturas de Deus.
Dando movimento aos galhos.
Abastecendo meu olhar de elegante fineza.
Viva e natural obra de arte.
Com seus voos de liberdade.
Minúsculos pesinhos que lhes dão sustentação.
Repousam na árvore criando cenário
de quieta beleza.
Um assombro, um espanto.
Prazer estético que vibra em mim.

terça-feira, 1 de abril de 2014

PENUMBRA RURAL CANAVIEIRA




















Os pendões da cana-de-açúcar amadurecem.
No cair da tarde os pássaros em festa.
Nas altas hastes grãos semelhantes ao trigo.
Alimento e matéria-prima para ninhos.
O céu rubro-negro.
O frio da serra se eleva.
Pequenas criaturas cantantes
na penumbra rural canavieira.

BOCA DA NOITE BOCA VERMELHA

















A boca da noite:
que assusta, que se veste de negro,
que assombra, pisa em falso, sussurra,
se atreve, dança, festeja, dorme, ama...
A boca vermelha:
que beija, que seduz, que murmura,
que acusa, que fala, perdoa, canta,
assovia, come, reza, degusta, ama...
Na boca da noite, uma boca vermelha.