quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

ALMAS SEDUZIDAS














Almas seduzidas.
Mãos que se entrelaçam.
Corpos nus.
Braços que sustentam.
Entrega estonteante.
Dois em um.

Foto- Miscelânea

SONHOS EM MOVIMENTO




















Não rasgo meus sonhos.
Eu os medito.
Escrevo.
Posso rir de algum dele.
Visualizo-os com força fazedora.
Há limites e possibilidades.
Há o eu, o outro...
Há uma realidade que posso desconstruir.
Há adiamentos e antecipações.
Há um eu em movimento.
Há uma pausa para um chá.
Há uma força para além de mim.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

SUBLIMIDADE




















A pele molhada.
Terna luz.
Traços exóticos da natureza.
Em festejos.
Como se não fosse.
Morrer amanhã.  

SENTE-ME

















O véu sedutor ficou à mostra.
Os olhos se pintaram de amarelo.
Os lábios roubaram a cor das pétalas.
Entra no meu palco.
De espetáculo a dois.
Sente o perfume espalhado no universo meu.
Diz-me se sou real.
Envolve-me nos braços seus.

O QUE É O AMOR, AFINAL?














Uma indagação.
O que é o amor, afinal?
Uma boca vermelha.
Um brinde de alegria.
Um doce encontro.
Luzes no peito.
Roupa estampada.
Um brilho sedutor.
Duas mãos dadas.
Solidão.
Eu e você.
Você e alguém.
Uma presença.
Que de tão tocante, nos envolve.  

APAGÃO




















Flores secas.
Penumbra de saudade.
Um espaço a preencher.
Minúsculas velas quebram a escuridão.
A fazer sombras.
A não querer a intimidade da sua presença.
Que cala.
Que fere.
Que morre.
No simples apagar das velas.

domingo, 27 de dezembro de 2015

TAPETE DE OUTONO













Tapete de outono.
A adubar o chão.
Folhas que caem e que retornarão.
Tocando as robustas raízes.
Sentindo o seu começo.
O girar da nutrição.

EFÊMERO AMOR














Efêmero amor.
Pendurando as emoções.
Grudado em máscaras.
Que de tão intenso se esvaziou.
Amor apressado, latejante.
Carnal, vadio, vilipendioso.
Nem paixão soube ser.

RETALHOS DE VIDA




















Lá fora moram possibilidades.
De chover, de sol intenso.
De bancos na praça.
De encontros e desencontros.
De pequena trilha.
De mar revolto.
De vozes amigas.
De silêncio nutritivo.
De sonhos soltos.
Aqui dentro recorto retalhos.
A alma abrirá a janela?

BELEZA ANDARILHA














A beleza andarilha.
Sai por aí a fazer assombros.
Ah, que linda!
Um silêncio a exclamar.
Fascinante.
Ela é por ela mesmo.
Na inutilidade do belo.

POR TRÁS DE TUDO




















Por trás de toda dor.
De todo orvalho.
De todo verde.
De venturosos raios de sol.
De todo embaçamento.
Existe um amor sobrevivente.

Foto - Deise D'Araújo

VOCÊ É MAIS




















A vida se faz mais.
Se diz mais.
De modo desmedido.
Brilho no olhar.
Risos, conversas, trocas.
Carinhos e caminhos.
Tudo se faz mais.
Se diz mais.
Significa mais.
Pela força do amor,
do sorriso, do afeto, do se construir.
Filha, se tudo é mais.
Se a vida se faz mais.
O acréscimo é você.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

SERÁ NATAL




















Um amor que nasce.
Luz resplandecente.
Um mundo fosco enfeitado de mazelas.
Abre as cortinas dileto menino.
Fala de novo das bem-aventuranças.
Diz que o amor não sucumbiu.
Põe uma estrela diante de nós.
Para que o encontremos.
Assim então, será natal.
 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ESSÊNCIA ÍNTIMA


















Na fineza daquilo que procuro.
Um vagar incessante n'alma.
Um traje terno, uma fina joia?
Um jarro com angélicas?
Uma melodia de Vivaldi?
Uma longa cachoeira?
Um beijo doce seu?
Procuro a essência
que de tão íntima se esconde em mim.

BRAÇOS DADOS




















Caminho que se faz de braços dados.
Tapetes, folhas mortas, pedras toscas...
Falas aqui e ali.
Sentimentos que se soltam.
Margens para descansar.
Encontro que caminha,que recorda,
que solta risadas, que faz planos.
E os galhos secos ficam para trás.
Sai o outono e entra a primavera.

NAMORANDO A ARTE




















A vida tecida com a ternura
das pequeninas flores.
Com os movimentos das mãos
nascendo a renda.
Com o renovado olhar
da artesã que cria.
Ao fazer bonito aquele canto da varanda.
Invadido pela luz matinal reveladora.
Cantinho que nos faz a arte namorar.

domingo, 6 de dezembro de 2015

VIAGENS NO TEMPO



















Os destinos se movem.
Tempo de partidas.
Músicas, saberes, risos.
O brincar, o sonhar, o descobrir.
Impulsos de juventude.
Nos córregos do destino seguem os barquinhos.
E se ancoram lá adiante.
Dando risadas com ares de menina.

(Homenagem as minhas Amigas Meninas
do Colégio Imaculada Conceição - CIC: Ana Adélia,
Ana Carla, Ana Alzira, Ana Cristina, Ana Lúcia,
Eugênia, Germana, Guiomar, Laura e Márcia Verônica.

PRESENÇA AZUL




















Sua presença era azul.
Puxando fortes lembranças.
Ele fixa o olhar enternecido.
E a multidão se perde.
Só existe ela.
E ela se perde na multidão.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ÁGUA




















Se ela me faz refrescar
e escorrega no meu corpo suado.
Se circula no meu sangue
hidratando a vida.
Se nas encostas das serras
desce para os pastos.
Se ela se faz bênção
na pia batismal.
Se com ela o mar se engrandece,
o rio se faz aquário.
Se com ela as turbinas giram
e a luz acende.
Se nas alturas ela tece véus de noiva
de puro encanto.
Se nos jardins ela faz brotar
da planta flores.
Se na chuva ela cai de mansinho
no solo estéril.
Se ela se esconde nos léncóis freáticos
como reserva de vida.
Se nela o desportista vence o campeonato.
Se com ela o meu chá ganha sabor.
Se minha terra sem ela se entristece.
Eu me rendo a ela com ardor.


INSANIDADE




















O ao redor escasso de esperança
se veste de densas luzes turvas.
Tudo se cala ante a insanidade.
Nem música, nem vinho, nem palavras soltas...
Flores e velas formam tapete de luto.
Os olhares tocam no improvável e na dor.
Silenciosos gemidos coletivos.
Nos destroços das cenas de horror.
Uma luz se revela por trás do vidro estilhaçado.
Dai-nos paz.

sábado, 18 de julho de 2015

POÉTICA LIBERDADE














Cumplicidade na natureza.
Universo em lua-de-mel.
A luz dourando o rio.
Itinerários definidos.
Mais a frente encostaremos nossos corpos.
Da luz a penumbra.
Do silêncio ao cântico.
Sou voo frouxo.
Correntes de ar.
Amplidão.
Poética liberdade.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

MENINA E MULHER




















O requinte lutuoso chegou sem passarela.
Na mais vistosa e fina espontaneidade.
Nos vapores da noite segredada.
Atordoado, a vejo menina e mulher.
Com os outrora carnudos lábios
acetinados de paixão.

domingo, 12 de julho de 2015

TRISTEZA














A tristeza faz sobrevoos.
Sobressai-se  no entardecer.
Encurta as palavras.
Sussura com a solidão.
O cenário de vida encobre-se de negritude.
Na areia movediça lança-se a corda.
No caos o amigo a amarra a árvore.
O ser segue tateando até a margem.
Com os pés no chão em recomeço.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

PEITO ESTILHAÇADO




















O meu peito estilhaçou.
Nem sei em qual pedaço a alma se pendurou.
Ficou ali dolorida, quieta, fugindo do impacto da vida.
Frágil, débil, impotente e fragmentada.
Levantando o olhar, reconfigurou-se.
Como outra tela recém-pintada.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

GIRASSOL




















A flor falará por mim.
Quero estar em preto e branco.
Ela amarela.
Quero que o perfume seja dela
abalando os ventos.
Quero caminhar com brandura
para a beleza se por em movimento.
E quando o sol girar
ela olhará para mim.
E me convidará a ser flor amarela.


quarta-feira, 17 de junho de 2015

AMOR AO CHÃO















O apressado amor caiu ao chão.
A alma desnutrida afogou-se em lágrimas.
Passos de paixão?
Ilusões?
Enganos?
Insanidade?
O olhar se ergueu para um mundo novo.
Com pausas de reflexões.
Restaurando a alma.

CHAPADA ARARIPANA
















A chapada febril em instantes melancólicos.
Repousando seu encanto.
Para acordar amanhã
numa verde explosão de vida.

Foto - Emiliano Soares

PINGOS DE DENTRO




















O amor fez-se saudade.
Pensamentos soltos.
Palavras equivocadas.
Pingos de dentro.
Amor embassado no tempo.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

DEPOIS DE AMANHÃ




















Aquela fresca manhã me acordou.
Eu estava partindo.
Um envelope encostado a rosas
deixa recados de amor.
Sonhos de te encontrar amanhã.
E depois de amanhã.
E depois de depois de amanhã ...

domingo, 7 de junho de 2015

BRISAS




















O frescor do vento entrou à vontade pela sua janela.
Levou novidades daquela manhã chuvosa
sem pássaros a cantar.
Fez sussuros nas janelas de diversas cores.
Desceu os degraus das escadas sem lhe encontrar.
Terá se mudado?
Ido a terras desconhecidas?
Desaprendido a conversar com as brisas?

terça-feira, 26 de maio de 2015

O VEREDITO













O miolo do meu coração quase se desfez.
Tormentosos espinhos.
Afoguentando minha alma nua e reflexiva.
Esperando o veredito.
A estrada mudar seu curso.
O olhar ter brilho.
Os gemidos escassearem.
Um novo pulsar.
Que veio.

domingo, 10 de maio de 2015

SOLUÇOS


~












O coração se tornou tão pequeno
que quase sumiu.
Viu-se diante de provável e estupenda perda.
Olhando a face que lhe pedia desapego.
Os olhos se derreteram.
Para o coração soluçar. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

GOZO ESTÉTICO




















Meus olhos
falam com um mundo encantado.
Que os pincéis deixaram no jarro.
Gozo estético.
As pétalas não fenecerão.
Saltitam a vida.
Embriagadas de presença.

AMOR ASSIM




















Amor suspenso e em suspense.
Acima do coração em versos.
E de lábios sem prosa.

QUIETUDE



















Eu quis estar ali.
Diante da janela chorona.
Lendo soltos versos.
Alma silenciosa.
Pensando em coisas miúdas.
Os olhos em preto e branco.
Se não fosse a dália salmon.
Que se atreve em levar-me além.