sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

LEVEZA




















Movimentos de vida.
Leveza de pensamentos.
Face serena.
Amor que voa,
que baila, que dança,
que rir atoa.
Que abastece o feminino
de acetinado viver.

RESERVADO ENCANTO





















Um baixo olhar.
Uma flor vermelha no peito.
Um reservado encanto.
Um amor pulsante.
De saudade.

MARGARIDAS




















As margaridas presas ao teu chapéu.
As tuas mãos ocupadas por formoso buquê.
Beleza e encanto se soltam.
O amarelo chapéu cobre o teu rosto.
Transformado em miolo de margarida.

PORTÃO DE CASA




















Abrir a porta de morada com alegria.
Um oi, um abraço, uma espreguiçada.
Uma música a tocar.
Compartilhamentos.
Pés no chão.
Carícias no bichinho de estimação.
Leveza de vida
desde o meu portão.

PEDRAS NO CAMINHO




















Um caminhar não somente de flores.
Chuvas.
Desvios.
Pedras na estrada.
No percurso,
jogá-las na margem do caminho.
Levá-las nas mãos.
Uma, duas... dez...cem...
Fazer um chamado amoroso de auxílio.
Um amigo para aliviar a viagem.
Acender chamas espirituais.
Não atirar pedras em outros caminhantes.
Descansar os pés.
Fazer paradas.
Conversar com os pássaros
e as borboletas.
Reconhecer os alívios.
Pés peregrinos.

ROSA MINHA




















O teu perfume será meu.
No desabrochar.
Na vivacidade do mostrar-se bela.
E eu te seguirei com meu olhar.
Perambulando em tuas pétalas.
Regarei as tuas raízes sedentas.
Não assustarei os beija-flores.
Nem reclamarei dos enfados.
Conversarei no teu idioma.
Exaltarei a tua viva presença.
Oh linda rosa minha!

ADIAMENTOS




















Procurar a paisagem desejada
só após a próxima curva.
Morada dos sonhos adiados.
Paisagens mutantes.
De buscas.
De novos viveres.
De sentido outros.
De montanhas à vista.
De expectativas.
Sempre haverão curvas
e mais curvas.
Algumas jamais vistas.
...Farei isso quando me aposentar.
...Farei aquilo quando meu filho crescer.
Desprezo pela paisagem do agora.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

TOCAR













O toque
de salvar vida.
O beijo.
O morder a fruta.
A chuva molhando o corpo.
A despedida.
A chupeta na boca.
O pincel na tela.
O lápis no papel.
O toque
no bichinho de estimação.
O toque
na intimidade.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

PARTIR





















A surdez das palavras tira o fôlego.
Abismos de solidão.
Gestos indiferentes chamam o amor
a partir.
Ele (o amor) se distrai,
preso na barra dos dias
cheios de bordados.
Uma flor a partir.

INTUIÇÃO




















O céu foi dourando.
A natureza aquietando-se.
O olhar dela se estendia no horizonte.
Fantasiou chegadas.
Sem maltratar seu coração.
Seu ser feminino
intuiu a mensagem da ausência.
Amor sendo amor, comparece.  

SIMPLICIDADE




















Voa por aí simplicidade,
sem ser notada.
Sem brilhos, sem luxos,
sem "paparazzo", sem sirenes.
Algo comum: roubar o olhar de poucos.
Senta teus pesinhos no varal
do quintal com roupas estendidas.
E canta uma melodia.
Reside no vestido de algodão
de estampa floral.
E solta um gesto de alegria.
Busca um dizer compreensível,
sem palavras a decifrar.
E conta uma história de amor.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

FRAGMENTOS DA MÃE TERRA




















Plantar uma muda de rosa,
um cróton, um bugari.
Estrumando o ninho que vida trará.
Tocando na terra frouxa.
Também berço do nosso chão.
Acariciar a areia molhada e salgada
do inquieto mar.
Pequenas piscinas, torres e castelos.
Dando movimentos ao brincar.
Areia dos leitos dos rios e mares.
Sobras das suas fecundidades.
Dunas, estradas carroçáveis.
Fragmentos da mãe terra
que se transformam em obras e altares.

CAFÉ CULTURAL















Encontro-te.
No café de fim de tarde.
Explorando novidades.
Densas surpresas.
Poesias, romances
e cheiro bom no ar.
Farei todos os percursos,
de página a página.
Rindo, imaginando...
Meio as críticas
ou em comunhão de ideias.
Trazendo um mundo novo
que me enche de acréscimos.

DIÁLOGO




















Polos opostos.
Falas pendentes.
Quero dizer-te.
Mesmo no revirar das águas
do intranquilo rio.
Águas turvas, fétidas.
As palavras se soltam.
Vagueiam aqui e ali.
Se estranham, se estremecem, choram.
Se conectam, se aninham.
Na sabedoria do querer conversar.

ORVALHADA




















Gotas de orvalho refrescam a margarida.
Chegantes raios de sol pousam ali.
Como se fosse única no canteiro.
As pétalas se abrem para a vida.
Meu olhar matutino também.

domingo, 26 de janeiro de 2014

SEGREDO




















Gaveta.
Túnel escuro.
Cofre interior.
Mundo submerso.
Por onde perambula o segredo?
No silêncio.
Na escuridão.
Nos papeis amarelados.
Nos sobreviventes pecados.
Nas dores do vivido.
Delirante.
Obscuro.
Mudo.
Morto vivo.

ALGO QUE TOCA












Mãos curativas.
Que afagam.
Que trocam os lençóis da cama.
Que embalam rede.
Que abençoam.
Que operam no trabalho.
Que dizem adeus.
Que se juntam na oração.
Mãos na hora da morte.
Mãos que erguem a hóstia santa.
Mãos que conduzem.
Mãos que trazem chá medicinal.
Mãos dadas.
Mãos de Deus.   

JESUS CRISTO




















Falar do Meu Senhor
ultrapassa todos os meus dizeres.
Mesmo na minha pequenez
poetizo a Ti como ato de fé.
Faço-me nova diante do teu olhar generoso
de todos os dias.
Amparo-me em teu cajado
em solo firme.
Sou buscadora de Ti.
Nos meus lábios o Magnificat.
O Sermão da Montanha
fala esplendorosamente do teu reino.
Como pai e filha amada
não temos fronteiras.
Amo a tua presença em mim.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ROSADA




















Vestida de terna cor.
Rosada.
Sustentada pela beleza em conchas.
Mostrando-se aos meus olhos
que se deleitam.
Abertas pétalas rodeadas por luz.
Que os ventos não a toquem.
E eu te veja amanhã.
 

CAFÉ A DOIS




















Os raios de sol visitam o verde do jardim.
Ressaltam a vivacidade das hortênsias
e das açucenas.
As palmeiras no canto do muro
verticalizam beleza.
Os pássaros brincam feito crianças.
É cedo e a rua parece deserta.
O frescor da manhã
sugere servir a mesa ao ar livre.
A cesta de frutas, os sucos naturais,
os biscoitos ...os pães de queijo
saúdam o paladar.
Na xícara ao centro
a róseo hortênsia saúda
o despertar daquele sábado
de café a dois.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

FAZER-SE MELHOR




















Oferto-me flores
de variadas cores.
Todas postas em meu peito.
E no natural abraço,
eu me faça melhor.

REFRESCANDO A VIDA
























Quero que a rua seja bela aos olhos de muitos.
Exercitar um gesto de vida ensinado por mãos infantis.
Quem sabe plantar rosas em terrenos baldios.
Colocar mensagens nas janelas.
Fazer circular o amor hoje aprisionado.
Que os gestos simples se multipliquem
sem comercialização, sem patrocínio.
No anonimato e na energia das nossas consciências.
Quero gotas de água fresca no meu coletivo viver.

GALHO INVASOR




















Ele foi aos poucos se mostrando.
Estirou-se em puras folhagens.
Crescia amparado na velha cerca
do lado de fora.
Na simplicidade da sua presença
foi revelando seus brotos,
sua cor, seu encanto.
Banhou-se com águas da chuva.
Invadiu meu jardim sem se anunciar.
Explosão primaveril.

HORIZONTE DE AMOR




















Ela se põe na janela.
Que anunciará a sua chegada.
O brilho dos olhos
se confundem com a luz da manhã.
Delicados gestos de espera.
O vestido branco de fina renda
a faz exuberantemente bela.
Um perfume silvestre
se desprende da pele acetinada.
A janela revela seu novo horizonte de amor.  

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

INOCENTE OUTONO
























Passos inocentes.
Que não encobrem mistérios.
Pisando em folhas secas.
Tapetes de nutrição se avolumam.
As folhas caem em constantes instantes.
Sem dúvida virá o renascer.
Tão novinho quanto aquela inocente caminhante.   

PENUMBRA




















Luz e calor tingem o ambiente.
Penumbra no vago silêncio.
Os adornos trazem traços
de delicadeza e mistério.
O perfume de canela
aos poucos se dilui.
A manta de pelúcia
se fará testemunha.
Para além do apagar das luzes.

ABUNDÂNCIA




















O palco da vida se enche de beleza.
Abundância do agora.
Construindo rumos de esperança.
Olhos em observância.
Olhos em meditação.
Sentir me dá gosto.
De música.
De tapete de grama.
De águas frouxas.
De canto de pássaros.
De luz espiritual.
De florescimento.
 

CORAÇÕES













Meu coração cochicha com o teu
no ninho de amor.
Dizendo-se baixinho como em segredo.
Risos e beijos.
Olhares que se encantam.
Dando vez ao amor.

NUTRINDO-SE




















Elevar o olhar
para além da negritude humana.
Evidenciando o belo, o riso,
o encontro, o desejo do bem.
Falar bobagens com amigos.
Visitar uma floricultura.
Ler antigas cartas,
despertando saudades.
Passear na praça
a olhar novos detalhes.
Capacitando vibrantes emoções.
Saborear milho verde, pipoca e sorvete.
Comprar uma revistinha na banca.
Caminhar em passos de liberdade.
Como se humano fosse.

sábado, 18 de janeiro de 2014

CHAMADO DE AMOR




















O meu ser te chama.
Sem retardo da tua presença.
Além da tua companhia.
Braços se entrelaçam.
Palavras se soltam.
Duas presenças.

QUANDO




















Quando a manhã se mostrar
namorarei os raios de sol.
Quando o rio se encher
farei carícias em suas águas corredeiras.
Quando a chuva cair
pedirei para percorrer cada pedaço
do meu corpo em chama.
Quando o sorriso fluir
o meu coração já declarou-se em festa.
Quando o amor chegar
eu não serei só minha.

AMOR MAIOR




















O amor é uma potência.
Mobiliza saídas.
Faz ancoragens.
Cicatriza feridas.
Entra nos universos
das cavernas submersas.
Traz o perdão para junto de si.
Alia-se a ternura.
Surpreende a vida.

domingo, 12 de janeiro de 2014

CONVITE A VIDA
























Elevada vitalidade.
Nutrindo-se do lilás.
Convidando a viver.
Única no galho envergado.
Despertando o segredo do belo.
Que se desloca em meu olhar.
Em olhares outros.
Em apaixonamentos.

sábado, 11 de janeiro de 2014

CELEBRANDO O AMOR




















O canto da sala te espera.
Flores e velas acesas.
Música baixinha e perfume suave.
Nas paredes mensagens de bem-querer.
Em duas taças recados com mimos.
Toalha de cetim bem posta.
Talheres de viva elegância.
Patês de erva fina e ricota.
Tirinhas de berinjela ao alho.
O prato do jantar seduz o olfato.
Peixe com camarão ao molho de alcaparras.
Um vinho de fino sabor.
Um amor sendo brindado.
Cenário de delicado encanto.
Trufas, sorvete de canela, creme de biscoito.
O vento a soprar alegria.
Tudo se ele tivesse vindo.  

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

LUZ DO VIVER




















Se o sol morrer para ti.
Precário será o meu viver.
O teu calor é suspirante.
Encontro-te nos brilhantes raios da manhã.
No frescor do jardim em flor.
Quero ver-te no amanhecer.
Na conquista permanente de luz própria.
A gostar de si.
No transcorrer da vida.
Luz da tua presença.






BEIJO DE AMOR




















Veias pulsantes.
Adeus a face distraída.
Mãos que juntas caminham.
Eu vestida de vinho.
Ou de um preto sedutor.
Palavras murmurantes.
Beijo aquecido de amor.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

DUAS PRESENÇAS




















Dois encantos.
A criança e a Sempre Viva.
Ternura que vai e vem.
Prodígio da carne.
Força da terra.
Delicado toque lilás.
Comunhão do belo
e do inocente viver.
Fecha os olhos
para um sentir profundo.
Duas mais belas presenças.
Encantos do mundo.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

EFÊMERO
















Eu me vestirei de branco.
Com toda formosura.
Exalando um discreto perfume.
Florescimento.
Eu enfeitarei altares.
E as mãos de noivas.
Ali pousarão inúmeros olhares.
Darei conta da rapidez das horas.
Da despedida do belo.
Efemeridade.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

FRESCOR

















Uma janela a trazer frescor.
Perfume de pequeninas brancas flores.
Invadindo a intimidade.
Tímidos raios de sol soltam mansidão.
Janela de quintal.
Frutos pendurados.
Chuva recém caída.
O vento faz o encontro meu
com o frescor da manhã.


MÁSCARA























Vestir a pele de algo indecifrável.
O fantasma habitando aí.
Suspendendo a realidade.
Dura e falível.
Uma forma que traz algum porquê.
Alegrando-se diante do invisível.
Do lúdico, do artístico.
Estreando a sua linguagem cênica.
Vestida na multidão.
Com passos de dança.
Ritmando os mistérios.
Em colorido ou preto e branco.
A arte se fazendo viva.
Brincando de se esconder.

domingo, 5 de janeiro de 2014

RIO DA RUA




















A exterioridade manifesta-se.
Pingos de chuva se juntam no chão.
Refrescando os pés nus.
Pequeno rio fresco.
Rio de rua.
Vindo das biqueiras das casas.
A chamar bailarina de terno vestir.
A espalhar águas do rio da rua.

O NADA




















O silêncio será mudo.
As palavras escassas.
O caminhar acanhado.
A busca será perdida.
O vento não soprará.
A bandeira recolhida.

TELA VAZIA
















Pintar as cenas do último encontro.
Com cores não existentes.
Desbotadas.
Irreconhecíveis.
De cabeça para baixo.
Sem fronteiras.
Com o pincel em fuga.
Sem você existir.

AFETO
























O afeto não cairá por terra.
Navegará por toda a extensão
do ser em movimentos de vida.
Nas improváveis horas.
Quando o amor chamar.
Ao nascer o encontro.
Nas lembranças que chegarem.
E se alimentará de calor humano.
Rirá do bilhete com desenhos de coração.
Dormirá de rede pertinho de você.
Brigará com a solidão.
Será irmão do que for simples e belo.
Se emocionará com uma música nova
preservando a predileta.
Fará ferver o coração de repetidas coragens.
Se renovará no abraço.
No ato do outro escutar.
Não terá timidez de sentir saudades.
Fará toques, dançará em variados ritmos.
O afeto será seu travesseiro de viagem.
Afetará você por inteiro.
 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

LUZES













Luz do brilho dos olhos.
Luz do entardecer.
Luz da fé.
Luz que atravessa as trevas.
Luz de quem sabe guiar.
Luz de farol.
Luz do luar.
Luz da fogueira acesa.
Luz que me faz caminhar.

DOR E PRAZER




















Lágrima que brota do espinho.
Os dias são desiguais.
Dor e prazer.
Luz e sombra.
Eu e você.
Algo se conecta.
Algo se solta.
Recriando-se.   

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

PERFIL













O belo será visto até pelo mais cego cavalheiro.
As frouxas águas do mar revolto.
As borboletas bailarinas das campinas. 
Uma taça de vinho tinto a brindar sucessos.
O frondoso florescer dos ipês.
As rosas em cumplicidade com seu canteiro.
O sorriso da inocente criança que brinca.
O espetáculo que acelera corações e traz aplausos.
Uma carta de amor que chega de surpresa
em mãos saudosas.
Um perfil exuberantemente fino.

MÃOS MOLHADAS




















Um gesto impreciso.
Segurar água com as mãos côncavas.
Gotas se precipitam ao chão
como que chorando.
Raios de luz testemunham o chuvoso caminhar.
Beberei as gotas que restarem.
Com as mãos molhadas acariciarei teu rosto.
Deslizantes carícias que me banham a alma.

DOCE CORAÇÃO




















Doce coração em festa.
Copiando sorriso de criança.
Soltando o bem-viver.
Degustando jujuba,
inúmeras jujubas.
Morango, tangerina, menta...
gostos encantados.
Brincando de saborear.  

TEMPO NOVO CÂNTICO NOVO
























Entoar um cântico novo.
Um delicado chamado de esperança.
Vizinho de um jardim florido.
Uma estaca de madeira
como âncora para o corpo em melodia.
Entoar um cântico novo
para um ano que se inicia.
Como que anunciando um prodigioso inverno.
Em saudação a vida que prossegue,
ao amanhecer,
ao cântico de um ser pequenino,
cordas vocais recitando alegria.