sábado, 28 de dezembro de 2013

TEMPO QUE CHEGA
























O ano desponta lá fora.
Na escuridão da noite.
Na explosão dos fogos de artifício.
Na mistura de desejos.
Nos novos propósitos de vida.
A acordar sonhos.
Despertando abraços.
Aqui dentro o ano novo
é explosão de flores.
Gérberas feito fogos.
Novos amores meus.
Festejando o tempo que chega.

PASSO A PASSO
























Hei de caminhar em passos pequenos.
Pela estrada a fora.
Como uma menina
que ofertará flores a vida.
Buscando afeto.
E a inocência há de olhar para frente.
Seguindo.
Estrada carroçável cercada de verde.
Percorrida por passos pequenos.
Na trilha do viver.
Crescendo passo a passo.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

IRRIGANDO O ANO NOVO



















Um ano novo se descortina.
Sonhos vibrantes se misturam
as incertezas dos caminhos cotidianos.
Ano de selar os destinos do gigante país.
Ano de olhos acesos na tecla do CONFIRMA.
Teremos o que merecemos?
Saio deste mundo de desajeitados enganos.
Agrego-me a paz como desejo humano universal.
Vontade de disseminar claridade no mundo.
Teimosia em sonhar de olhos visíveis. 
Solto poemas no ar experimentando sentimentos.
Irrigo a minha alma banhando as sementes
que este ano plantei.
Florescerão? Será que me orgulharei do jardim
que brotará? dos espinhos, dos cheiros variados?
Terei um jardim florido para provocar poemas.
De paz primaveril.  

BAILANDO EM MÃOS ALHEIAS




















Pouso momentâneo.
Rápida passagem.
Asas em estampas feito renda.
A bailar em mãos alheias.
A provocar fugas.
Tocando em miolos de flores silvestres.
Confundindo-se com a beleza que se eleva do chão.
Esperando beijos.

FLOR MENINA MOÇA



















O sol daquela manhã se mostra lentamente.
A tocar no intenso florescer da hortênsia.
Que se eleva no galho em torres de beleza.
Delicada flor menina moça.
Buquê daquele galho.
Reservado a olhares amorosos.

BEIJOS DE LUZ













Beijar-te me renova.
Como voos de liberdade.
Um pouso nutritivo.
Em teus caminhos de luz.
O vento sopra em minhas asas
convidando a partir.
A procura de outros beijos.
De luz.

DOCE SOSSEGO














Um amor que repousa.
Numa branca rede,
com varandas de crochê.
Vizinha natureza
com explosão primaveril.
Tapete de grama
espalhando o verde.
Pássaros visitantes.
Paraíso de poucos
a falar em aconchego.
Repouso e um doce sossego.
Balanços de vida.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

BEIJO SUSPENSO




















Dizer cósmico.
Linguagem silenciosa.
De toques.
De beleza.
Flores que se buscam,
se vestindo de vermelho.
Dois mundos.
Um encontro.
Beijo suspenso.
No frescor da manhã.

ONTEM E HOJE




















Um toque sutil.
Folhas desidratadas.
Sinais do que passou.
Uma delicada mão
que acaricia lembranças.
O hoje é outro tempo,
outra configuração.
A nos esbarrar nas nossas escolhas.
Nas novas escolhas.
De um tempo que chega perto de nós.
Revestido de surpresas.
Sutil, passante e aventureiro.
Demandando coragem.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

LUZ QUE ABASTECE




















Aliar-se a luz.
De dentro e de fora.
Do sentir.
Do ver piscar os enfeites de natal.
Aliar-se a paz.
No abraço, acolhimento e perdão.
Aliar-se a família.
Na ternura das suas raízes,
fundamento de amor.
Aliar-se a vida.
Tocando a sua humanidade.
Olhando para o alto: luz, paz, família e vida.
Com o coração incendiado por Deus.   

domingo, 15 de dezembro de 2013

TRÊS IRMÃS

















Três irmãs.
Em diferentes configurações.
Filhas de um mesmo galho.
De prodigiosa seiva de amor.
Trigêmeas na alma.
Embaladas pela vida.
Pela energia de ser
e ter uma a outra.
No conjunto da obra
três cordões umbilicais.

DOIS MUNDOS




















Beleza em desordem.
A provocar olhares.
O exterior em arrepios.
O dentro tece conversas
entre o branco e o roxo
em rica arrumação.
Em abraços de cumplicidade.
Dois diferentes mundos.
Que se estreitam em harmonia
de cores e de alojamentos de vida.   


sábado, 14 de dezembro de 2013

FLOR DE LUZ

















O amarelo ocupa o topo da planta.
Como se trouxesse luz.
Ao redor galhos preguiçosos
com botões que demoram a vir à tona.
A flor adulta expressa o seu agora.
E o meu olhar se abastece de natural encanto.   

ACONCHEGOS
















O travesseiro entre meus braços.
Suave companhia.
Silenciando segredos.
Braços da pessoa amada.
Aquecida companhia.
Exalando paixão.
Saudades de seus toques.
Recordada companhia.
Eclodindo lembranças.
Um violão que me traz música.
Relaxante companhia.
Tocando a alma.
Rosas amarelas.
Encantadoras companhias.
Trazendo primavera.
Sorriso de criança.
Inocente companhia.
Refrescando a vida.   

ENCANTO DO AGORA

















Fito meu olhar na tua terna cor.
Na fragilidade das pétalas sopradas ao vento.
Deixando o belo explodir.
Encanto do agora.
Como se não houvesse o amanhã.

NU DE SI MESMO













A tristeza sendo dissipada.
Liberando o peso do peito. 
O tempo esfriou.
Gotas humanas de orvalho.
A face expressando o nada.
Do tudo que a intolerância deixou.
Amor que se machuca.
Que se põe ao avesso.
Mostrando-se nu de si mesmo.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ROXA PAIXÃO














Um amor espalhado ao vento.
Desalinhando as pétalas.
Que soltas estão.
Sedosas.
Viçosas.
Exalando o perfume nosso.
Reconstruindo um tapete.
De roxa paixão.

MOLHANDO A VIDA



















A chuva toca o meu corpo.
Como se fosse seu.
Lavando-me a alma.
Um frio momentâneo.
Que desce pelas entranhas.
Em pleno raios de sol.  

ENTREGA
















Amor que arde.
Que se veste de vermelho.
Em febril primavera.
Celebrando luzes e cores.
Coração pulsante.
Se entregando ao belo.

LÁBIOS QUE SEDUZEM




















Lábios que tocam a rosa.
Umedecida por gotas de orvalho.
Carne e pétalas.
Em viva entrega.
No universo da carícia.
A tenho por inteira.
Orvalho e saliva.
Toques molhados
de sedução.

DESEJOS















Visito o teu coração.
Ele se veste de festa.
Desperta um sentimento novo.
A preciosidade da presença.
O olhar admirativo.
Um gole de vinho.
Brindes.
Uma roda de amigos.
Um cantinho só nosso.
E desejos.

ESCURA SOLIDÃO





















Inúteis caminhos solitários.
Na surdez da noite.
No silenciar das ruas.
Negando as palavras.
Adormecendo as fontes curiosas.
Calando a natureza ao redor.
No predomínio da escuridão.
Segredos revelados nos sonhos.
Tempos chamados de plantão.
A noite escura aos pouco se despede.
Revezando-se com a luz,
que tenta tudo mostrar em vão.
Qualquer tempo tem seus mistérios.
Na penumbra ou em pleno clarão.
A solidão se anuncia quando quer.
Folgadamente se instalando em nosso viver.  

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FLOR DO CAMPO















A orvalhada flor do campo
rouba meu olhar.
Frágil, efêmera e de sutil beleza.
Seu minúsculo miolo
se banha do amarelo do sol das ternas manhãs.
O azul faz as cinco pontas da estrela
abrigada na brancura que adorna.
Ver-te já me faz senti-la.
Na delicadeza do simples.

AMOR BONITO




















Rosas de fogo a brindarem o dia.
Vaso vestindo roupa nova.
Expectativa de festa.
De encontro.
De revelações.
De amor bonito.

SEM PRESENÇA













Estou presente em tua vida.
As vezes sim, as vezes não.
No gastar o tempo comigo, sim.
Na aspereza, não.
No partilhar do simples, sim.
Nos engasgos de egoísmo, não.
No passo de dança, sim.
Na pergunta sem resposta, não.
Uma dança em que se escolhe a música.
E o parceiro fica sentado.
Sem presença.
 

DANÇANDO




















Os teus pés nus percorrem o palco.
A baixa luz criou tua silhueta feminina.
Passos de bailarina.
O vermelho se manifesta nas abas da saia.
O belo se ocupa de suaves movimentos.
Nos giros do corpo a vida faz seu espetáculo.  
Dançando, dançando...

domingo, 1 de dezembro de 2013

ENCANTO DAS ÁRVORES DE NATAL
















Árvore conífera.
Repleta de significados.
Projeção vertical - unindo os céus e a terra.
Pisca-pisca - estrelas cintilantes.
Folhas perenes - eternidade de Jesus.
Bolas - os bons frutos que virão.
No topo, a estrela principal.

MOVIMENTOS DE OUTONO















As folhas de outono
em abundância se precipitam ao chão.
Um vasto tapete adubará a terra mãe.
Os galhos das árvores parecem em rebeldia.
As folhas em movimentos de morte -cair, cair e cair.
Cores ternas, secas - cor de terra.
Renascimento que virá.

sábado, 30 de novembro de 2013

MOVIMENTOS DA VIDA
















Você com a mão no queixo.
Pensamentos voando em diversas direções.
Rastreando a vida.
Como se ela fosse só sua.
Tantos fios, tantas conexões.
Olhares perdidos.
Desalinhos. 
Caminhos abertos em manhã chuvosa.
As tonturas do existir.
Outras tantas frestas, brechas.
Ideias que correm, que vivem, que morrem.
Na imperfeição do hoje que passa.
Chegando o amanhã.  

DESILUSÕES















Minha alma se acende.
A mandar viajar as ideias confusas.
A descortinar o que fere.
Dizendo o que dói.
Não perambular pelas desilusões.
Tendo carne, osso, sangue e sentimentos.
Revirando o submerso.
Tomando conta de si mesmo.
Saindo da noite negra e empoeirada.
Para um campo em expansão.
Dando adeus ao que atrofia
o feminino,
o viver.


 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

MANHOSA
















A gatinha acaricia meus pés.
Quer mãos nos seus brancos pelos.
Pede carinho.
Revela um olhar quase falado.
Destronando palavras minhas.
Finge dormindo ao meu lado.
Esconde os olhinhos preguiçosos.
Bichinho de estimação.
Assim como nós.

COMO EM EMAÚS




















Se Deus me inspira a bem-viver,
como distrair-me dele?
Abafada força de negação.
Ele habita em mim.
Pulsa no meu ser.
Revela-se nos raios de sol,
no desabrochar da delicada rosa.
Ama os pequeninos.
Acalma os ventos,
as tempestades do mar.
Meu coração arde como em Emaús.  

DIVINA NATUREZA















A natureza me comove.
No espontâneo ritual de beleza.
Trepadeiras exalam doce perfume.
O pé de jambo expõe seu rosado tapete de festa.
A chuva chega de repente e me molha
com fios d'água.
Os pássaros em coral matinal
me devolvem a estampa da alma.
Transportada para os delírios estéticos.
A onze hora me cumprimenta
como nos dias de infância.
Desfile de borboletas.
Criaturas impregnadas de leveza.
Deus presente no vasto colorido.
No cheiro da hortelã.
Na encantada flor da romãzeira.
Horta divina, jardim divino.
Santas águas corredeiras.
Eu no miolo da Tua divindade.
Proclamada filha.
Natureza Tua.

OUTRA MARGEM










Ele revelou um olhar perdido.
Embebido de solidão.
Saiu com seu barquinho, remando, remando,
olhando em volta.
Buscava a outra margem.
Experimentou ficar a deriva.
Acariciou com o olhar aquelas densas águas.
Apreciou os marrecos como em brincadeira.
A outra margem era seu novo ponto de partida.
A vida o convidou a margear.  

SILENCIANDO




















A meia noite encontro-me com o silêncio.
Nenhuma ponta de solidão.
Só o momento nutritivo.
Quase como uma oração.
Longe de navegações.
Junto ao meu próprio mundo.
Deserto que me preenche.

EM DEUS















Cruzeiro Saloá - PE

Oh Deus!
Disponibiliza oxigênio do Espírito.
Luz em expansão.
Intimidade com as santas palavras ditas.
Abrigo nos salmos.
Poesia no Cântico dos Cânticos.
Que eu amanheça recitando o Magnificat.
E tenha sede de "água viva" de tua jorrante fonte.
Que compartilhe com alegria do teu banquete eucarístico.
E no cotidiano de vida tenha "fome e sede de justiça".
Que como filha amada eu seja buscadora de Ti.
E nos conteúdos interiorizados diga Amém!



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CLOROFILAS DA VIDA





















Foto - Magda Indigo

Frescor verde.
Feito rosa.
Fios exóticos que se espalham.
Passarelas da natureza.
Brincando com o verde.
E eu, com olhar de jardineira.

ELEGANTE TERNURA




















Quero comunhão com a ternura.
Com aquilo que houver de mais delicado.
Para mais que estético.
Um abraço de esperança.
Um sorriso solto.
Águas em movimento.
Flores que namorem os raios da manhã.
Uma folha que se mostre elegantemente no seu cale.
Passos não apressados.
Pendurados cachos de acácia.
Poesias nas paredes.
Beijos com sensação de pele de pétala.
Diferentes  e repetidos beijos.
Em cores ternas.   

sábado, 23 de novembro de 2013

A ORQUÍDEA E O AMOR




















Se a orquídea pode ser bela,
não pouco o teu coração.
Juntas formam um buquê,
nós dois uma doce canção.
Se o perfume exala,
nosso suor cheira além.
Não há nenhuma escala,
que meça nosso amor, meu bem.

FOLHAS DE TANGERINA















Ao sair da minha serra.
Pra cidade vizinha.
Meu coração me doía,
como um facão amolado,
que ao meio lhe partia.
Eu precisava estudar
e de vez em quando voltar
pro meu canto de alegria.
Aos onze anos essa sina,
que ainda uma menina,
precisei absorver.
Na hora da despedida,
pra amenizar a saudade,
folhas de tangerina,
levadas para cheirar,
na solidão da cidade.
E o perfume eu buscava,
seja de noite ou de dia,
aquilo me preenchia,
me levava até o Saco (sítio),
como se fosse magia.

MATANDO O AMOR















E o amor chorou
de tanto ser perturbado.
Os pingos d'água caíram
como gotas de orvalho.
O coração enlutou.
A respiração pausou.
Por não ser sua propriedade.
A seiva foi exaurindo.
As brancas flores caindo.
Seu jardim ficou sem nada.

PESCARIA




















Não pesquei sonhos impossíveis.
Distrai-me da tristeza que me abatia.
Molhei os pés nas águas frias daquela manhã.
Conversei com o vento.
Não usei iscas como armadilha.
Refresquei meus cabelos longos.
Acompanhei o correr das águas.
Pesquei um coração que tem nome.
E eu havia esquecido.
 

BEIJOS

















Bordados de borboletas.
Exercitando solturas.
Leveza e cores vivas.
Voos de liberdade.
Pousos e beijos.
Beijos matinais.
Porque a noite logo despontará.
Beijos humanos.
Bordados de amor.

PRA LÁ, PARA CÁ





















Soltando-se ao vento.
Tudo atemporal.
Pra lá, pra cá.
Trocas e risadas.
Como se houvessem apenas crianças.
Ventos.
Cordas.
Crianças.
Balanços.
E árvores, meu Deus. 

CAMINHOS E DESCAMINHOS
















A vida reivindica ousadia.
Explode mistérios.
Adia e encurta sonhos.
Cria caminhos múltiplos.
Apresenta-nos escolhas.
Luzes e escuridão.
Um caneco de água fresca.
Uma mão a ofertar não sei o que.
Teimosias de bem-querer.
Um juazeiro a beira da estrada.
Um tropeço e seus ensinamentos.
Uma ambição desmedida.
Desertos de subjetividades.
Uma relíquia de oração.
Miopia de sentimentos.
Um poço de água limpa e corrente.
Caminhos e descaminhos.
 A escolher.

EUCALIPTOS URBANOS















Travessia de eucaliptos querendo pegar o céu.
Perfumes na passagem urbana.
A pequena cidade se engrandece com o verde alto
na sua entrada.
Casando com a lindeza das praças no entorno.
Assim Porteiras se manifesta
como elegante dama caririense.

VENDO-SE

















O pássaro demora a solver a gota d'água
ao ver-se refletido no espelho natural.
Suas pernas trêmulas de surpresa
se firmam no pequeno tronco.
Águas límpidas e quietas.
Olhar narcísico, quem sabe!
Numa delicada revelação.

sábado, 2 de novembro de 2013

EM TEUS BRAÇOS

















Eu mereço estar em teus braços.
Em abraços prolongados.
Cultivando risos a dois.
Desenhando o amor que nos liga.
Recordando passagens do vivido.
Adormecendo os intrusos desencontros.
A reciprocidade é um alento de bem-querer.
A provocar encontro não fugazes.

RUMOS DO VIVER

 

















Quero que a vida aponte rumos.
E perceba os toques da intuição.
O discreto mostrar das coisas simples.
A escuta dos conselhos sábios.
O caminhar das apertadas trilhas.
O bálsamo contido no perdão.
O revigorar dos projetos mortos.
O choro como irrigação da alma.
A bênção como sinfonia de amor.
O beijo a molhar teus lábios.    

terça-feira, 22 de outubro de 2013

NO PÉ DE JACA
















Manhã ensolarada.
O verde ao nosso redor. 
O frio fresco da serra.
Cafezal, coqueiral e cercas de arame.
Uma jaqueira de caule vigoroso.
Frutos pendurados.
Sombra em abundância.
Chamando a criançada.
Cheiro inebriante de jaca madura.
A força do coletivo destrava o abrigo da fruta.
Roda de crianças no chão.
Comilança do bago mole e delicioso.
Com as mãos, livrando-se do visgo.
Jogando de lado as graúdas sementes.  
Ouvindo os pássaros inquietos.
Nutrição num ritual de doce brincadeira.
Até ficar triste.
De tanto se abastecer.