segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MOVIDA A VIVER




















Quero ser movida pelo colorido da vida.
Esperança em cada despertar.
Ficar boba com o pôr do sol.
Silenciar para o pássaro cantar.
Pronunciar elogios.
Colher flores silvestres.
Amar pingos de chuva.
Chorar quando tiver que desabar.
Escutar mais que falar.
Caminhar na longa praça.
Ter amigos para listar.
Ser pequenina diante do sagrado.
Comer bolo sem festa alguma.
Minha filha todo dia beijar.
Acreditar no amor.
Nutrir o espírito
com o sorriso de uma criança.
Brincar e poetar.

PARTILHAR




















Um ombro para a cabeça encostar.
Um colo que acolhe.
Hora de mágoa, perda, solidão.
E devaneios.
Amparos de cura.
Uma escuta atenta.
Um coração a falar.
Um brinde de ânimo.
Serenando aqui dentro.
Nas abertas vias do carinho.
Mundo do partilhar.

CAFÉ DA VOVÓ




















Cheiro de café preparado por avó
ultrapassa todo bem querer.
É o melhor do mundo.
Invade a casa, o olfato e o paladar.
Acrescido de cuscuz com manteiga
e biscoito crocante, fica imperdível.
Mesa rodeada por amigos barulhentos
é uma doce alegria.
Pão de queijo quentinho como se faz em Minas
tem gosto de carinho.
Carinho de "Vó".

TONTO AMOR














A flor caiu no pé daquela escada rústica.
Itinerário de tantos encontros.
De tantas viagens.
Aos pouco perderá seu vigor.
E a musa não tardará a chorar.
Logo a dor será libertada.
Adeus aos embaraços daquele tonto amor.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

SUSSUROS ESTÉTICOS




















A beleza não se esgota em si mesmo.
E sim no olhar desprezível do outro.
O olhar atento e amoroso conduz a contemplação.
Perceber a luz, o jogo de cores, a arrumação
e o encaixe das pétalas.
Ela, a flor bela, nos abre a vida.
Em sussurros estéticos.

POEIRA DE NEBLINA



















Estrada carroçável.
Barro vermelho.
Cheiro de mato.
Caminhar cercada por nativas árvores.
Sentindo o cheiro da recém caída chuva.
A névoa embaça o horizonte da viagem.
Branca poeira de neblina a tocar meu rosto.
Veterana presença minha.
Vivente desta serra.

FÉRTIL SOLIDÃO




















Lugar de fértil solidão.
Calçada molhada e deserta.
Folhas e flores caídas ao chão.
Avistando um longo percurso.
Que não se faz sozinho.
Segue acompanhado do silêncio,
dos passos dados e da solidão urbana.
E também do perfume das árvores em flor.
Flores no galho ou dispersas ao chão.
Amorosa solidão.

VIAJANTE CICLO DA VIDA




















Janela empoeirada pelo entardecer.
Que anuncia partida.
O sol some por trás das montanhas.
Os pássaros se recolhem.
O escuro aos poucos se apresenta.
A jovem, na quietude da natureza,
faz sua despedida do hoje.
Amanhã o horizonte se abrirá.
Anunciando chegada.
Com raios brandos.
Que aos poucos tornam-se incandescentes.
Pico de luz.
E o todo é visto.
A vida se acende e se acelera.
E segue.
O sol novamente se esconde
por trás dos prédios e das montanhas.
O hoje toca o amanhã a meia noite.
No viajante ciclo da vida.


FILOSOFAR COM AS FLORES




















Meu jardim fala um idioma que só eu entendo.
Eu e as borboletas.
Só que elas passam ligeiro.
Eu não.
Eu ganho meu tempo em apreciá-lo.
Em conversar, em tirar folhas mortas,
em refrescá-lo.
Cada plantinha se comunica a seu jeito.
Uma me diz sobre a criação.
Outra discursa sobre ternura.
Uma terceira explica seus afiados espinhos.
Todas se orgulham de como se vestem.
Não ficam se acotovelando nos canteiros.
São autoconfiantes.
Compartilham sombras e raios solares.
Suas flores vivem plenamente
o seu pico de primavera
sem choro prévio do seu fenecer.
Sofrem tempestades de ventos, securas.
As vezes os beija-flores demoram a beijá-las.
Emprestam sua beleza a humanizar
os lugares não seus.
Delícia haver jardins!
Encantador filosofar com flores e seus recantos!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

REPENTINA ATRAÇÃO




















Naquele encontro.
De repente.
A atração se fez presente.
Fiquei a te fitar.
Ouvindo tua calma voz.
E até o silêncio dos teus gestos.
Fiquei ali repousando a novidade.
Aos poucos deixando chegar.
Ó doce momento!
O brilho dos meus olhos
será capaz de te tocar?








MOMENTO SAUDOSO

















O abajur dentro de casa.
A chuva lá fora.
Sinais de luz.
Águas que escorrem.
Molhando o verde.
Refrescando os caminhos.
Na calmaria do dia molhado.
Espero-te com aquecido desejo.
Cessa implicante viagem!


BAILE DE OLHARES TROCADOS




















Destacada beleza
de duas rosas nas jovens mãos.
Recado de amor.
Que recorda aquele baile
de olhares trocados,
de juras de amor.
Embalados pela refinada música
sintonizaram seus corpos pelo salão.
Nenhum deslize.
Só a incerteza de um amor nascente.
Que aguardou para frente seu concretizar.
E os dois se amaram, se deram e se abraçaram.
Para sempre, amém.
 

COLORIDO AMOR




















Minha aberta janela.
Meu olhar multicor.
O lá fora em expansão.
O verde da praça.
Gente em movimento.
O pipoqueiro.
O sino da igreja a chamar fiéis.
Um casal de velhinhos de mãos dadas.
Adormeço a negritude do mundo.
Enchendo minha janela de colorido amor.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

TUDO AZUL




















Naquele dia nublado
ela demorou a se aprontar.
Fiquei a esperar sua presença.
Ela se vestiu de azul.
Se calçou de azul.
Tomou emprestado
as cores das nuvens mais belas.
Já que o céu estava cinzento.

SURPRESAS CELESTIAIS




















Anjo que surpreende.
Com sutil presença.
Ao lado de quem o chama.
Impulsionando o bem.
Com jeito inocente.
Só ou em multidão celestial.
Com cítaras ou em silêncio.
Ao saudar os mistérios do existir.
Invisíveis.
Mas que sutilmente se sente.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

VIBRANTE DESEJO
















Eu o vi do outro lado da rua.
A atravessar.
As telas de vidro
embaçaram meu olhar
e esconderam o cheiro que é só dele.
Os seus passos
seguirão sem interrupções.
O meu corpo estático.
Nada a mexer.
Só meu vibrante desejo.

FACEIRA




















Na liberdade do voo.
Só o comando das asas.
O vento não impedirá.
O tocar nas ternas flores.
Em busca dos seus amores.
No doce polinizar.

Na liberdade do voo.
Na mata ou no jardim.
Na ribanceira ou no barro.
A enfeitar a natureza.
Ligeira passou por mim.
Soltando pura leveza.

Na liberdade do voo.
Busca a água da ribeira.
Com gestos de bailarina.
A encontrar outras tantas.
Não deixa de ser faceira.
Tão elegante menina.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

NÃO, EU NÃO SEI EXPLICAR


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não, eu não falei com a criança
da violência do mundo.
Ela como está é difícil de ser relatada.
Não, eu não respondi as suas bobas perguntas.
Nós, os adultos, sabemos pouco das coisas.
Extrapolamos tanto,
que nos envergonhamos de nos explicar.
Protestos com morte.
Balas perdidas.
Trânsito desumano.
Assaltos a matar.
Seca no Nordeste.
Calor no sul a torrar.
Descrença nos governantes,
a extrapolarem.
Não, eu não saberei
quando terei coragem de argumentar.
De dizer deste mundo, de ter esperança
 e de me orgulhar.
Não, vendo de frente a doce face inocente,
eu não sei explicar.

DIGNA CIRANDA




















A tua discreta beleza te faz encantadora.
O complemento é só um detalhe de exterioridade.
Quem fala é o lá dentro.
O jorrar das palavras.
A beleza dos gestos.
O jeito de ser e de estar no mundo.
Na digna ciranda da vida.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

OLHAR









O olhar revela o meu ser.
Escancarada abertura da alma.
Que vai para além dos pensamentos.
Percebendo desejos.
Irrigando-se nas emoções.
Amando o brilho.
Cúmplice dos estados de tristeza.
Fazendo perceber o longe, o ao redor.
Olhar que mobiliza a compaixão.
Olhar que confirma.
Que exclui.
Que admira.
Que ama.
Que traz o novo
para uma acesa esperança.

OLHAR INTERIORANO















O campo me seduz.
Solta meu infantil olhar.
Vagando nas abas da serra.
Distraindo-me na chuva que cai
liberando o cheio dos eucaliptos.
Deslizando meu corpo
nas soltas águas da nascente.
Ouvindo os mugidos das vacas no curral.
Comendo tapioca com café.
Cuscuz com manteiga da terra.
Coco com rapadura.
Pequi no baião de dois.
Resgatando meu olhar interiorano
de outrora.

Obra do pintor Donald Zolan

AMOR RECÉM NASCIDO















Um abrigo que se faz presente.
No calor do corpo maternal.
No seio que amamenta.
Nutrição e afeto.
De uma relação recém nascida.
De um crescente amor filial
que veio de dentro e se exterioriza.
Mostrando ao mundo seus traços.
Seu chegado desejo.

Foto: Sibel Betânia

VITRAIS




















O pequeno vaso de vitrais
reivindica luz.
Para transbordar sua colorida beleza.
Seus artísticos detalhes.
Por certo, a luz do sol não pousará ali
como se manifesta nas janelas das catedrais.
Uma vela habitará o seu interior.
E a arte se revelará por inteira.
Mosaicos, luz e cores.
Misturas com brilho de festa.

CHEIRO DELA













Aquela conhecida fragrância
o fez suspirar.
No elevador, fechou os olhos,
revirando lembranças.
Um elegante cheiro dela
lhe fez companhia.
Sem a sua sofisticada presença.
Sina de um perfumado amor.

MISTÉRIO




















O mistério há de não ser revelado.
Feito um botão que não desabrochou.
Nenhum desacerto.
Ele tem a sua beleza enigmática.
O seu reservado caminhar
na elegante solidão.
De si mesmo.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

AMOR DESIDRATADO





















Outrora chegavam cartas de amor,
com letras manuscritas denunciando emoções.
Os dois trocaram longos e proibidos olhares.
Que se estenderam em cartas semanais.
Solteiros e cheios de vida.
Travados de aproximação.
Amor ao longe.
Coragem que se esvanecia em conta gotas.
O papel não foi suficiente para revigorar
o amor desidratado.

TROPICAL ENCANTO




















Numa elevada beleza.
Encaixadas pétalas tropicais.
Que esbarram caminhantes,
roubando o olhar.
A harmonia das tuas vestes
te cobre como debutante.
A luz na festiva noite escura
te faz revelar-se.

FLORES E OLHARES




















A colheita é recompensa de atos de amor.
As flores amarelas ao pé do muro
se oferecem a encantar outros mundos.
Nos altares, na sala de jantar,
no vidro do banheiro, no quarto de visita,
no buquê de noiva, onde se permitir a beleza entrar.
Os recados serão dados a cada olhar.
Nutrindo almas que vagueiam  no tempo.
Corpos que também fenecerão.
A sensibilidade faz enxergar.
A indiferença cega o presenciar
das pequeninas explosões de amor.

BALÕES EM TELA




















Balões,
voos de liberdade e cores.
Espelhados no lago urbano.
Tangidos pelos ventos e tempos.
Colorindo as águas.
E meu olhar.

Inspiradora Pintura de Leonid Afremov.

TELA EM MOVIMENTO




















Em sonho,
me deixei flutuar.
E na soltura do corpo
saí a bailar.
Incendiados movimentos
na ponta do pé.
O ventou me tocou,
soprou minhas vestes,
aplaudiu e me levou.
Ao encontro do todo vivo e colorido,
fundo artístico,
das mãos do pintor.

Inspiradora Pintura de Leonid Afremov

EM BOA COMPANHIA
















Eu te levarei em meus ombros.
Sem peso algum.
Como uma flor despertada.
Iremos ao encontro
do calor dos nossos corpos.
No frescor desta manhã.
Estou em companhia do amor.   

SONO POÉTICO




















O abajur floral me ajudou
a enxergar os escritos dos poetas.
Na cabeceira uma xícara de chá.
Bloco de anotações.
Uma janela com visão rural.
Fechei os olhos.
O meu sono seguiu em versos.

APELOS AO ANJO DA GUARDA




















Anjo que me cerca de luz.
Com asas jamais vistas.
Que me toca em silêncio
para eu não me acordar.
Sempre com olhar de criança.
No pé da cama a me acompanhar.
Reza comigo,cuida de mim
e não deixa o mundo me maltratar.
Sussurra recados de sabedoria
e não me deixa enganar.
Ausculta o meu coração.
Segue os meus incertos passos.
E me enche de proteção.
Cada ser tem o seu anjo
em constante vigilância.
Se o anjo de alguém dormir.
Põe tua mão do bem a me proteger.
Assim como todas as crianças.
Santo anjo que me cerca de luz.
Traz para todos nós um melhor viver.

   

INSPIRAR E EXPIRAR





















Escuto o barulho do meu revirado mar.
Nas rebeldias do viver.
A mercê dos ventos impetuosos.
Em pleno manifestar do dia.
O ir e o vir irrepetível.
Empurrando as brumas, as algas e pormenores.
No movimento de troca - inspirar e expirar.
Beijando o chão.
Ele, o mar, tão profundo, se deita na areia.
As ondas vão serenando, não por completo.
O movimento o faz existir.
E neste momento,
ó mar, eu preciso te contemplar.
Serenar e serenar, não por completo.
E me deitar na areia.
Em treino de humildade.

OLHAR DE PÁSSARO




















Eu te verei
com meus pequeninos olhos.
Descansarei meus pés
no topo da velha telha.
Sentirei a força da natureza
que nos rodeia.
Mobilizando beleza.
Não levantarei voo
até que tua janela
se feche para minha presença.



EXPANSÃO


















Rosa que se abre para o mundo.
A tocar em almas distraídas.
Com as abas das pétalas em vinho encanto.
No miolo,
a ternura do abraçar.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

TEM CHUVA NÃO















Chuva que não vem.
Que não deixa o verde despertar.
Sai migrando nas nuvens.
Jogando água em outro lugar.
Exagera nos pingos.
Muda nossos destinos.
E nos faz chorar.
Faz tempestade que dá dó falar.
Tudo longe do meu Ceará.
Faz isso com a gente não.
Olha o meu sertão a estorricar.



  

CAVALO DE PAU




















Meu cavalo de pau não tinha aconchego.
Um pau de vassoura com rústica cabeça de cavalo,
com cordas de agave.
Comprado na feira livre ou feito no lar.
Ele corria como ninguém
sempre disposto a na frente chegar.
Tinha partida marcada na areia
e reta de chegada na porteira do curral.
Era a olimpíada rural.
Meu cavalo de pau combinava tudo comigo.
Suas pernas eram minha, seu fôlego também.
Eu era sua treinadora.
Ele meu fiel vencedor.
O seu aconchego era a brincadeira.
Sem luxo, eu e os pivetes tínhamos tudo a ganhar.
  

REDE CEARENSE

















Descanso de rede é pra cearense.
Dorme em qualquer posição.
Balança o menino pra dormir ligeiro.
Tira uma soneca depois do almoço.
Faz chamego bom sem precisar cair no chão.
Sonha mais.
Balança mais.
Ronca a mais.
Preguiça a mais.
Só não fica rico.
Senão teria uma epidemia
de milionários nos alpendres.
E o Ceará não seria do mesmo jeito.
Sem puder rir de si mesmo.      

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SECA E SECURA















O homem do campo em desalento.
Vagueia sobre o solo rachado em quebra cabeça.
Para que servirá a enxada?
Do céu não veio a preciosa água salvívica da colheita.
O chão não foi perfurado.
As nuvens não foram bombeadas.
A cisterna de chuva está seca.
As obras de transposição do Rio Chico de longo prazo.     
Quebrado o chão e quem nele vive.
Antiga penúria.
Já foram vendidas todas as joias  
da coroa do imperador Dom Pedro II.
Os poetas feito Patativa e Gonzagão
ainda cantarão pela frente os lamentos sobre o sertão.
O  Nordeste registrará os direitos autorais
da seca e da secura.
Muitos olhos interioranos ainda se voltarão
para o céu do semiárido, desejando chuva.
A esperança se desprende das raízes da  lavoura
morta prematuramente.
"A roça não vingou, meu compadre".
Sim, a seca foi quem vingou.

FOLHAS QUE SE BANHAM














A rosa ainda não desabrochou.
A negritude da noite banhou-se de chuva.
As folhas acolheram as gotas de água.
Escorrendo em seus braços.
Refrescando o verde.

BRINDE

















Um brinde não acontece com uma só taça.
Ela fugiu após o beijo.
O brinco de cristal ficou pendurado
a brindar a fuga.

ACONCHEGO DE PRIMAVERA
























Delicada presença no quarto.
Aconchego de primavera.
Vasos com água
acolhem abertas rosas.
Combinações amorosas
de branco e róseo.
Ali o amor acontecerá.
Um suave encontro
de delicadas peles.
Feito pétalas.  

ACOLHIMENTO




















Ela foi ao encontro de uma velha amiga.
Convidada a tomar um chá,
com torradas e guloseimas.
Na xícara de porcelana
com traços dourados,
uma viva e terna rosa.
A mais delicada forma de acolhimento.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ROSA MULHER




















Ela desfilou com a mão na cintura.
Com viva jovialidade.
Jogou seu charme ao vento.
Que movimentava as camadas de pétalas
róseo da saia do vestido.
Em contraste com o preto do colete.
Luvas longas e cabelos esvoaçantes.
Atreveu-se em imitar a rosa.
Ganhou incontidos aplausos.
Rosa mulher.

DESCALÇA A DANÇAR















Esse passo manso.
Que deseja palco.
Sai com pés descalços.
Fogosos a dançar.  
Babados na saia.
Branca a girar.
Cabelos brilhantes.
Com rosa do lado.
Deseja encantar.
Estátua de luzes.
Como se fosse.
Ali morar.
Refaz movimentos.
No centro do palco.
A incendiar.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

TEMPO QUE CORRE














O tempo não se alia a mim.
Ele é corredor.
Na sua medição vive de pancadas.
Nas badaladas dos grandes sinos das catedrais.
Nos pulsos humanos.
A vida em tic- tac.
Avisos de passagens:
Aplique-se ao amor e ao deleite das coisas simples.
Tenha como espelho as crianças.
Os sofrimentos não são eternos.
Perceba-se com ser espiritual no mundo.
Busque o desapego.
Renove-se a cada manhã.
Presenteie-se com tempos de qualidade.
Eu sou fugidio.



REGANDO FLORES




















Criança regando flores.
Água que se assemelha
a chuva que cai do alto.
Sorriso de criança e de flores.
Ternura que respinga do baixo céu.