sábado, 7 de janeiro de 2012

SAUDAÇÃO PORTEIRENSE AO MENINO DEUS

Fotos: Norma Novais  (Entrada da cidade)


Praça Luís Caldas Campos 
                                                                               Praça Luís Caldas Campos 
Praça 25 de março - Centro                 

Venha santo menino.
Faça da nossa cidade sua manjedoura amorosa.
Que as luzes brilhem em teu louvor e em saudação aos teus pais.    
Que o brilho do teu aniversário resplandeça entre as famílias.
Os anjinhos de asas azuis te saúdem com cânticos de louvores,
com graciosidade de luzes.
Que o presépio na pequena praça recorde a sagrada família,
os pastores e os anjos.
Que a estrela de Belém se coloque no topo das nossas cabeças,
guiando nossas vidas para o projeto de amor de Jesus Salvador.
Porteiras, acolha festivamente nosso Menino Deus.
E assim, abençoa cada mão que ornamenta a tua preciosa vinda.
Que a festa de Pentecostes nos traga o fogo abrasador do amor cotidiano.
Que o pequeno menino nos conceda lições de humildade, esperança no amanhã,
força no hoje e paz abundante nos corações dos porteirenses e dos que convivem conosco.
"Nada nos afastará do amor de Deus".

E A LUA SE ESCONDEU

Foto: Wellington Monteiro

Um dia a lua ficou enjoada de tanto passear no céu, disse ao seu redor cochichando que não iria circular naquela noite escura.
Resolveu ficar quietinha, certa que ninguém iria sentir falta dela.
Um jangadeiro chama o seu filho no pequeno barco em pleno mar e diz: filho, a lua hoje foi se embelezar demais e se atrasou, assim, os peixes que gostam de se exibir com os raios do luar ficam lá no fundo quietinhos. O barquinho tinha bússola, mas ficou perdido e triste sem o dourado de cima das águas. 
Um casal de namorados tinha combinado com mais seis outros casais amigos que iriam a pé de um sítio para o outro, com violão em punho, cantariam "coisas de amor", atravessando os riachos com a luz do luar os guiando. Então, ficaram na casa de onde partiriam, a olhar para o céu e na falta do luar fizeram uma grande fogueira, mas na falta daquela luz do alto alteraram suas vozes, seus jeitos de dançarem e de se beijarem. Eles imaginaram: a lua estaria em greve ou teria esquecido que era dia dos namorados?
O pintor arrumou cedo seus pincéis, escolheu as tintas e os seus acessórios e já ao final da tarde
caminhava pela praia com as ondas do mar chutando os seus pés, os deixando salgados. Ao chegar
à costumeira barraca de praia , onde tantas vezes pintou o perfil de sua amada enrolando-se na luz do luar, se entristeceu. As suas telas revelavam uma negritude onde o romantismo não se mostrou, onde a silhueta da sua encantadora musa era puro luto. O pintor ficou a pensar se a lua teria sentido ciúmes de nos últimos dias ter buscado pôr de sol e manhãs de chuva para fazer sua arte fotográfica.
As estrelas que circulam no céu olhando para as diferentes fases da lua, pensaram que ela teria lançado um novo jeito de se mostrar, brincando de esconde-esconde, quem sabe. Assim, voltaria mais bela e mais desejada.
E na experiência do esconder-se por uma noite, a lua percebeu que as cidades grandes tinham tecnologia de ponta para produzirem seus brilhos de todas as cores e as mostravam em elevados espigões, as estradas tinham postes incandescentes em cada margem das pistas, os carros transitavam  com seus variados e sofisticados modelos de lanternas dianteiras e  traseiras, muitos dos rios eram iluminados através das suas pontes antigas ou modernas, as televisões transmitiam tanta luz, animação e cores em telas planas de última geração, as pessoas já tinham desprezado o romantismo de embriagar o olhar a dois no brilho da lua refletido no mar, no rio, na cachoeira, na janela, na jardineira, na silhueta da pessoa amada.
Fiquei a pensar com um coração de menina para ajudar a lua a enxergar sua ampla função de ser satélite da Terra, para que ela voltasse. Pensei, que com certeza tudo que fosse simples e pequenino teria sentido falta da lua naquela noite de sumiço.
Eu amo a lua e pensei, e agora? Pensei na lua cheia, quando o céu nos para em suspiros e dizemos: Que linda meu Deus! Que linda! E achei uma grande resposta convincente para defesa: lua, não podemos viver sem a sua beleza. A vida no nosso planeta precisa de seus sussurros.      

Artigo publicado no Jornal O POVO, Jornal do Leitor, página 3, em 7 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

TEATRO DE RUA PESTALOZZI PORTEIRAS

Foto: Anaí Tavares e equipe

Através da ação amorosa dos educadores da Pestalozzi,
através da mobilização da arte e do envolvimento de cada pessoa
deficiente ou não, das famílias, da comunidade,
o teatro sai nas ruas de Porteiras -CE.
Teatro de rua na semana santa, apresentações festivas juninas,
folclóricas, cívicas, oficinas e cursos.
A arte fala com surdo-mudo e dá a mão a quem não enxerga.
Olhe a face deste aluno sendo o Cristo, que representação!
Naquela entidade amorosa gosto de pôr meus pés e minhas mãos.
Lá existe um lindo jardim na entrada do prédio plantado e cuidado pelos alunos.
Nos fundos ervas medicinais.
A beleza e a saúde entrelaçadas criando o amor inclusivo.
O teatro trazendo vida, elevando o potencial de cada participante.
Não há quem não siga e se emocione com o espetáculo do amor em cena.
A arte é criativa, é mobilizadora e possibilita espaço para todos.
A arte é fazedora de história.
 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

UMA DORMINHOCA: ML

                                                             Foto: Bueno Filho

Não há outro ser mais santo, mais inocente
mais encantador que o ser criança.
Um soninho gostoso, relaxante.
Se de costas é linda, perninhas grossas,
imaginemos o sorriso encantador.
Esta pequena gostava que só de um leite do peitinho da mãe.
Fiquemos com o que é lindo, de costas.
Ela cresceu, continua no universos das lindas crianças encantadas.
Mas agora tem dois pitós na cabeça: uma homenagem a cada bisavó.

MANOEL NOVAIS

Foto: INTERNET 

Gosto dele não só por ser meu irmão e carregarmos o mesmo sangue colocado nas nossas veias e artérias por Maria Novais e Alboino.
Gosto dele não só por ter orientado eficientemente meus estudos em Barbalha na minha adolescência.
Gosto dele não só por amar a sua terra e os nossos pais de forma incondicional.
Gosto dele não só pela abertura ao diálogo e ao bom senso.
Admiro-o mais do que gosto dele por ser um administrador público decente e um buscador de Deus nos seus passos.
Gosto dele por olhar a natureza de forma respeitosa e encará-la como um prodígio universal, um bem de todos.
Gosto dele pelo seu senso de humildade que o acompanha desde pequenino.
Amo-o porque durante todo o ano de 2011 fui seu anjo da guarda no natal em família.
Amo-o, e, digo em público, porque amo também a liberdade de expressão de sentimentos e o bem-querer frente a um mundo tão caótico e carente de afeto.
Por isso, no início de um ano novo que se desponta, sou livre para fazer declarações de amor.
Eu amo você Manoel.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

CRIAÇÃO

                                                             Foto: Norma Novais

Mergulho o olhar nos encantos das folhagens,
com hastes vermelhas contrastantes com o verde.
As folhas foram minuciosamente desenhadas de branco,
como costelas, como ossos que se mostram.
Contemplar o belo abre o coração
para perceber a criação e o Criador.

NA OCA

                                                         Foto: Wellington Monteiro

A oca nos acolhe para o encontro.
Ao olhar para cima vejo um emaranhado de palhas
de extrema beleza.
Das janelas laterais sopra um vento com cheiro de mato.
A vela acesa, a música baixinha ritmada
me coloca em encontro com os nossos primeiros povos.
Sinto-me índia Cariri.

SAPOTIZEIRO


                                                              Fotos: Norma Novais

O sapoti se esconde entre folhas.
Demonstra que ainda não amadureceu.
Mas quando chegar seu tempo de se entregar
para ser degustado é doce, macio, amável,
cheiroso, de pele fina e um pouco leitoso.
Apetitoso, ele é exótico e insuperável
para quem aprecia aquelas bolas marrons,
projetada no alto dos céus.

CACHOS VERMELHOS

                                                                    Foto: Norma Novais

Os cachos vermelhos se levantam
como em comemoração a vida.
A beleza se espalha em cada um deles,
recebendo abundantes raios solares
depois de uma manhã chuvosa.
Estariam eles em festa de concurso
de vivacidade?
Ou esses cachos saberiam
que eu viria contemplá-los,
na manifestação de tão sábia beleza?

Guaramiranga -CE

CORRENTES PARTIDAS

                                                            Foto: Norma Novais

Eu amo a liberdade
na sua manifestação mais simples,
como no voar das borboletas e das gaivotas.
E me arrepio com o monumento posto
na primeira cidade a libertar seus escravos no Brasil: Redenção -CE.
A corrente se parte e é liberada do corpo nu de uma bonita negra,
que mantém a expressão de braços soltos e erguidos.
Ao passar na estrada, ninguém olha aquele monumento
de modo indiferente.
Nele uma janela se abre ao lado de uma negra despida em liberdade
por inteiro.
Raios de liberdade se soltam nas pastilhas do monumento
e na nossa história.
Afinal, essas correntes quebradas são também liberdade nossa.
E que bom a história me dizer que a fizemos primeiro no país.  

Redenção -CE