sábado, 31 de dezembro de 2011

CAPELA DO DISTRITO SIMÃO

                                                                   Foto: Kelly Novais  
Torre da Capela de N.S. do Perpétuo Socorro,
no Distrito do Simão.
Estilo gótico, francês, com linhas pontiagudas.
Também com traços da arquitetura portuguesa.
Um encanto, com suas minúsculos luzinhas
vermelhas no andar de cada pequena torre.
O céu cinzento trouxe um contraste
que a natureza providenciou.
Aquela capela, aquela torre, já firmada
em uma acentuada elevação geográfica
na chapada do araripe,
se ergue para o céu com majestosa beleza.
Para o privilégio dos que lá moram
e escutam o sino da casa de Deus.

A capela fica localizada no município de Porteiras-CE.

ABRAÇO-TE Ó TERRA MINHA

Foto: Norma Novais
Foto: Norma Novais
Foto: Norma Novais

                                                                Foto: Norma Novais   
Do alto do mirante do campo santo,
abraço-te ó terra minha! Ó terra nossa!
Porteiras que se abre as nossas vidas.
Que nos acolhe.
Que recebe o prodigioso frio do sopé da chapada araripana.
Porteiras que cresce bonita e é amada pelo teu povo.
Porteiras que a cada dia respeita mais as árvores e a beleza de suas praças.
Que ama as pessoas com a sua cordialidade e solidariedade.
Porteiras que prestigia a arte circense, os festivais de quadrilha junina,
a banda jovem da terra "Forró de nóis", a banda de música municipal,
o coral, o balé, os esportes, o dia da pátria, o dia 25 de março.
Porteiras que se orgulha dos dribles e gol do flamenguista porteirense
Ronaldo Angelim.
Porteiras que ornamenta a chegada do Menino Jesus nas ruas como ato de fé.
Porteiras com tua feira dia de segunda-feira abrindo e fechando negócios;
gado, frutas, farinha, feijão de corda...encontros.
Ó querida Porteiras, que bom te avistar de longe estando com os pés no teu chão!
Aqui do alto posso fazer-te declarações de amor.
Posso chorar com saudade de Dona Novais no teu alto santo.
E avistar a Ilha com o idoso mais querido da face da terra: Sr. Alboino.
Posso olhar a capela do Santo Anjo como o Cristo Redentor deste lugar.
Posso contemplar minha infância e os anjos no topo da igreja matriz.
Aqui, olhando para ti mais inteira, com partes escondidas pelos altos e baixos
da tua geografia, posso elevar minha oração natalina.
Ó meu Deus Menino, cobre minha terra com a tua onipresença!
Ó meu Deus Menino, me faz a mais pequenina das criaturas!
E a mais alegre das porteirenses ao contemplar a tua visão urbana.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

VERDE ENCANTADOR

                                                            Foto: Norma Novais

A natureza se determina para o alto.
Sem espinhos, sem flores,
mas vestida de um verde encantador,
ergue seus braços para a vida,
para a contemplação.
Algum vivente distraído poderá
estacionar ali? Poderá achá-la
perfeita? Poderá se espantar
feito uma criança diante de um
brinquedo simples, mas chamativo?
As surpresas da natureza andam soltas por aí,
basta não só vê-las rapidamente.
Basta contemplá-la por instantes.
Usufruir da gratuidade daquele fenômeno vivo.
 Vivo e lindo.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

TRILHOS SEM MOVIMENTOS

                                                         Foto: Wellington Monteiro

Trem que não leva mais gente
e não transporta mais sonhos.
Que não apita,
nem ninguém sobe ou desce.
Nenhuma criatura não mais arranja
um amor de viagem sob trilhos.
A única fumaça que encantava foi embora
e os caminhos de outrora ficaram desertos.
Ferros que não deslizam mais,
paisagens da serra que não são mais vistas.
Vemos um trem parado para olhos de turista.

Estação Ferroviária de Baturité - CE

HORTÊNCIA ADOLESCENDO

                                                       Foto: Norma Novais

Em pleno canteiro da praça
uma hortência adolescendo.
Folhas viçosas, visita de inseto
e uma cor rosa que de pronuncia.
Tudo um vir a ser.

CORAL DE LUZ

                                                            Foto: Wellington Monteiro
Flores feito velas acesas.
O amarelo traz algo de divino, de místico,
de encanto.
Os pontos brancos serão asas de anjo querendo
voar para o alto?
Prefiro chamar coral de luz.

AVE CHEIA DE LUZ

                                                                   Foto: Norma Novais

Nossa Senhora da Conceição presente
na obra centenária dos Capuchinhos
em Guaramiranga.
A sua luz me recepcionou
pelo seu encanto e pelo meu elo
com a padroeira da terra onde nasci (Porteiras).
Tenho apreço especial pelas crianças,
anjos que a acompanha.
Tenho amor a esta grande mãe
de Jesus e da humanidade.
O todo me causou espanto.
A sombra e a luz,
o antigo que se encontra com a minha fé
renovada pela arte.

Quadro da recepção do Hotel dos Capuchinhos em Guaramiranga -CE.

BELEZA ACINZENTADA


                                                           Foto: Norma Novais            

Esta papoula é incomum no seu mostrar-se.
Na cor, no posicionamento das pétalas,
na força da sua marcante beleza acinzentada.
Eu a vi na sua apoteose e no seu fenecer,
na dinâmica da efemeridade da vida.

LÍRIO BEIJADO

                                                                     Foto: Norma Novais                                                                      

O lírio vermelho é beijado pela abelha italiana.
Os cálices se abrem à vida para serem vistos
e beijados.

BELEZA VERTICAL

                                                                 Foto: Norma Novais

O bambuzal renova seu caule;
os amarelos são os mais velhos
e os mais novos se cobrem de verde.
Escassas folhas enfeitam o ao redor.
Os ventos já não os desafiam
pela firmeza das suas raízes.
A beira da estrada ganha uma roupagem vertical
de beleza natural, fortalecendo a encosta da serra,
dando visão majestosa a quem passa amando a natureza.

Entre Guaramiranga e Pacoti-CE

ROXO MATIZADO

                                                                Foto: Norma Novais

Esta mistura matizada de roxo
vem da terra, do calor do sol,
dos pingos d'água
e das mãos de quem fez o canteiro.
Plantou e regou várias vezes,
dia após dia.
E o encanto se mostra nas folhas
sem a presença de flores.
Um estremecimento de beleza.

Guaramiranga - CE - Hotel dos Capuchinhos.

BELEZA PONTIAGUDA

                                                                Foto: Norma Novais

O predomínio do pontiagudo apontando para o alto.
No centro, a explosão primaveril de beleza.
Flor de cor terna, creme, angelical,
banhada pela luz do sol.

Jardim do Sítio Aquarius em Pacajus -CE.

ARTE INDÍGENA

                                                              Foto: Wellington Monteiro

Um sítio.
Uma oca como auditório.
Um quadro na parede feito em tecido.
Uma linda índia de olhar penetrante.
Faço viagem as minhas origens.
Meu pensamento se perde na floresta,
na flecha, nos rios, na nudez do corpo,
nos cabelos lisos, na pele morena,
nos bonitos brincos pendurados,
na face original encantadora chamada Brasil.

Pacajús - Sítio Aquarius.

NATUREZA MÃE

                                                                Foto: Wellington Monteiro

Os amarelos patinhos fazem um passeio
com a mãe adotiva: uma galinha.
Ela os protege, fica atenta a minha presença
e ensina a buscarem comida em lugar mais farto.
Uma lição de vida para nós humanos
no contexto da alteridade.

DELICADA BELEZA

                                                                   Foto: Norma Novais

Meu olhar se fixa nas bordas das pétalas
que fazem contraste.
Após clicar, fico ali, contemplando,
olhando, sentindo a gratuidade da natureza.
Cada cacho de um salmon indefinido,
uma mostra de beleza,
no silêncio da obra do Criador.  

Pacajus-CE, Sítio Aquarius.

domingo, 25 de dezembro de 2011

ABRAÇO VERDE

                                                                Foto: Norma Novais

Entrelaçamento de vida, de seiva,
de equilíbrio e de lindeza.
A natureza viva poderia ter maior
magnitude de aconchego?
As folhas tecem uma obra de arte de puro abraço.
Um entrançado de amor cuja força
ergue uma palmeira feito um leque.

Jardim do Sítio Hotel Aquarius em Pacajus-CE.

EXÓTICO ABACAXI

                                                             Foto: Wellington Monteiro

Postura de bailarina.
Roupagem vermelha, quase bordô,
própria para o espetáculo.
As folhas verdes do abacaxi sombreadas de vermelho
apresentam um sutil detalhe de beleza.
Meio as folhas verdes pontiagudas que o protege,
o exótico abacaxi tem vocação para o aplauso,
não para uma nutritiva salada de frutas.

FOLHAS RENDADAS

                                                                   Foto: Wellington Monteiro

Que rendeira teceria esta folhagem miúda
e bem desenhada?
Os pequenos galhos se distribuem como
quem conta segredos.
Sem dúvida, haverá sombra e frescor,
cheiro de natureza, pássaros e
casais de namorados nos banquinhos
com terra nos pés.

O CATOLÉ E A "CAGANEIRA"

                                                           Foto: Norma Novais

O pé de catolé remonta a minha infância.
Frutinhas sequinhas caídas ao chão.
Quebrávamos com uma pedrinha,
tendo como suporte uma maior.
Saia um coquinho delicioso
para se comer ali mesmo.
A maior novidade do brincar
estava na força do coletivo,
no desempenho da criançada.
Apostava-se quem quebrava mais o coquinho inteiro.
Fazíamos um rosário de coquinhos de catolé
com uma agulha grossa e um fio de algodão.
Como os índios, colocávamos o cordão no pescoço,
e, pouco a pouco, as mordidas iam rezando o rosário da dor de barriga.
Ela só atingia os visitantes desavisados.
Quem não rezou com catolé na infância,
nunca teve "uma cacaneira" de verdade,

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

VIRGULINO NA PAREDE

                                                                    Foto: Norma Novais

Tantas fruteiras e exóticos animais,
veja o que temos a mais,
a presença inconfundível
do famoso Virgulino,
numa obra bem posta,
com chapéu de couro e apetrechos.
Nosso valente nordestino,
que comandou o cangaço,
se faz presente naquele espaço,
assim pousando em mosaico colorido
os nossos traços culturais.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O VERMELHO EXUBERANTE

Foto: Norma Novais 

Pétalas de um vermelho vivo e encantador.
Entrelaçadas de veias como se coração fosse.
Deixe que eu absorva na retina o crespo da beleza do agora.
Sento na grama e fico ali, sem palavras.
Mudez de exuberância.
O que dizer em face de tão penetrante beleza desta
exposição primaveril?  

Guaramiranga - Ceará

LUA DE MEL E DE LUZES

Foto: Norma Novais

Aquela janela amarela, com luzes a brilhar,
com flores tropicais e dois sapinhos a vigiar,
desconfia-se que no recinto interno tenham pessoas de 
amor a falar.
É lua de mel, lua de luzes,
sem querer despir as sutilezas de um novo amor,
que transborda no frio da serra. 

Guaramiranga - CE - Hotel Cedros

BUQUÊ DE BOUGANVILLE

Foto: Norma Novais

Eu externo o meu encanto num único galho,
como que um buquê de noiva.
As florzinhas brancas trazem um contraste inocente,
sutil e romântico.
Eu deixo que você me veja com olhos de paixão.
Afinal, você é a noiva.  

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A CASA DO PASSARINHO

Foto: Wellington Monteiro
                                          
O passarinho projeta seu ninho.
Não pode ser grande e nem tão pequenino.
Evita na sua entrada o lado do jogar da chuva.
Prevê as andanças dos inimigos por ali.
Demarca o território e já pode ir.
Buscar leves gravetos na natureza.
Faz diversas viagens, aqui, ali.
E sai encaixando cada minúsculo galhinho.
Vai dando formato a sua nova casinha.
Onde lá vai namorar e acolher seus descendentes.
E pensa o passarinho: ainda bem que existe árvore.
Ainda bem que a árvore não cobra aluguel,
nem expulsa invasores.
Eles são irmãos na melodia do viver a vida.
O passarinho usa o bico e os pesinhos para moldar seu ninho.
E conduz no bico os finos pauzinhos que a natureza oferta livremente.
Faz a sustentação no galho da árvore alicerçando a morada.
Traz pequenas mantas do tronco da palmeira para aquecer o ninho.
Forra a morada para as noites de frio.
Pensa o passarinho: que bom não precisar de programa de governo.
Aqui teremos nossa casa nossa vida sem as angústias do amanhã.
No próximo acasalamento faremos outro ninho em nova árvore.
Traremos nossos filhotes para povoar o mundo,
para alegrar as árvores, para sensibilizar os ouvidos dos homens.
Para dizer a eles que não sabemos construir ninhos em gaiolas.
Diremos a eles que baladeira dói nos nossos corpos.
Que eles terão a beleza dos nossos voos e das nossas plumagens.
Pediremos a eles que não destruam nossos ninhos, nossos ovinhos,
pois eles são como úteros da natureza. 
Diremos a eles que não queremos participar do programa “Minha Casa Minha Vida”.
Queremos apenas construir sem danos ao meio ambiente, Nossa Casa Nossa Vida.


Poema publicado pelo Jornal O Povo, Jornal do Leitor em 10/12/11, com outra foto.
Esta foto aqui exibida foi tirada no Hotel Sítio Aquarius em Pacajus -CE. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O CANTINHO DE FIU

Foto: Karin Pereira

Como é bom contemplar em pleno molhado da chuva,
o lugar de bate papo, de caipirinha e tira gosto.
O cheiro da chuva o deixa mais belo, silencioso e reservado.
A paisagem da Chapada do Araripe causa suspiros de beleza.
Os bambuzais nos cercam e os pés de eucaliptos exalam seu cheiro bom.
Ainda contemplamos a cerca verde de crótons e de papoulas matizadas.
Comemos um queijinho de manteiga, macaxeira, uma pequizada impecável.
Uma gostosa água de coco com gelo abranda a quentura do wisk.
Mas o que existe de mais sublime é a ternura e a acolhida.
O frio solto, os restos de pingos de chuva nos trazem os elos de infância.
A natureza nos lembra de muita coisa expressiva do passado rural canavieiro.
O racional provoca as suas amnésias e os seus novos modos de ser e de pensar.
Mas aquele alto de serra, perto da casa grande onde aprendemos a andar
com os pés no chão, é bom o cheiro de chuva nas narinas.
É bom por demais as redes armadas no alpendre.
Uma rodada no olhar ao redor nos traz fragmentos de histórias de vidas
e eu as contemplo com a inteireza do meu coração.
Como coração de menina de engenho e de vida interiorana.
Chove neste pequeno pedaço de chão de conversas e risadas da casa do meu irmão.
Meu irmão Fiu.
Que tanto soube combinar os velhos troncos de árvores como bancos
com a simplicidade do rústico telhado.
Que colocou a lamparina para ser acesa nas noites de sumiço da lua.
O que falta neste lugar meu irmão?
Sei bem o que sobra: a saudade que não marca hora para me beliscar.

Residência de Alboino Filho (Fiu) e Célia em Porteiras-CE.    

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PEQUENO CASTELO

                                                                Foto: Norma Novais

Quero um pequeno castelo branco à beira da estrada.
Quero contemplá-lo com olhar de menina.
Imaginar brincando de bonecas com amigas.
Quero um castelo sem assombração.
Um castelo de serra que me faça parar o carro
na surpresa da sua beleza. 
Quero um castelo que abra caminho,
que me deixe passar com vontade de nele ficar.

Castelo localizado entre Guaramiranga e Pacoti - CE

ENCANTO DOURADO

Foto: Wellington Monteiro 

Raios de luz despontam entre folhas.
Algo me lembra o amor de Deus
presente na beleza daquele instante.
Fico boba e estaciono no meio da escada.
Um clik  na máquina rouba o encanto.
Contemplei aquela paisagem dourada
até que o sol desceu por trás da cumeeira do chalé.
Seus raios seguiram ao encontro de outros espaços,
de outros mundos, de outros olhos.
Duvido, não tão apaixonados quanto os meus.  


Em Guaramiranga -CE

INSANIDADE X SANIDADE

 Foto: Norma Novais

Sinto-me um jardim sem cultivo.
Então deixo que as sementes trazidas pelo vento
ancorem no meu terreno sequioso.
Parto em regeneração do meu espírito.
Cantarolo uma música e me atrevo
a dançá-la, sacudindo o corpo.
Empenho-me em buscar uma vida vibrante.
Animo o coração acendendo o desejo de sonhar.
Toco em meu fogo criador.
Paro o mundo, em desobediência,
quando um pouco de insanidade
me acena como saúde, como vida.  

Poema publicado no Jornal O Povo, Jornal do Leitor, 
primeira página, dia 22/10/11. 


Foto: Entre Guaramiranga e Pacoti - CE.

terça-feira, 15 de março de 2011

AMEMOS OS IDOSOS

No caminhar da nossa existência, que é passageira,
pouco a pouco surgirão em cada um de nós cabelos brancos.
O passo ficará mais curto, a voz poderá não ter aquela altivez de antes.  
Poderemos repetir histórias e, essencialmente, falar mais do saudoso passado.
Com o passar do tempo, as precipitações diminuirão, chegará a serenidade e
aguçará  o espírito do conselho.
Com o caminhar do tempo, restringiremos a vida social e poderá não haver tantos
amigos a conversar.
Com o passar dos dias, a saúde exigirá naturalmente maiores cuidados, pessoas
que nos ame mais que antes, como nos tempos de infância.  
Com o andar do tempo, queremos aprender coisas novas e receber uma dose de paciência a mais. 
Por isso, cuide do idoso em potencial que existe em você.
Por muitas razões, ame o idoso e a idosa da sua casa.
Por razões humanitárias, respeite os idosos no convívio do dia-a-dia. 
Considere cada ruga um caminho de experiência trilhado na vida.
Por razões de amor, respeite cada idoso e idosa que passar na sua vida.
Respeite seu pai, sua mãe, seu avô, sua avó, seu bisavô, sua bisavó...
e cada idoso ou idosa que se parecer com eles.
Faça questão de ser abençoado por eles.
Ame os cabelos brancos do idoso de hoje e do idoso que você será.
Deus estará mais perto de você nestas nuvens brancas terrenas. 

Artigo publicado no Jornal O Povo, dia 12/03, página Jornal do Leitor 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

LÍRIOS DE ANO NOVO

                                                      Foto: Norma Novais 


O impulso de colocar lírios brancos na minha sala de jantar
foi mais guiado pelo cheio peculiar do que pela beleza.
De vez em quando passo distraída na sala e o aroma me encanta e
rapidamente me acompanha.
E assim terei muitas experiências de um gostoso cheirinho natural.
O rápido aroma traz vivacidade, uma abertura para uma paz incomum.
Pena que estes lírios não estejam adubados naquele solo serrano nutritivo.
Mas mesmo no jarro, eles me trazem o mesmo cheirinho peculiar.
O que verdadeiramente eles trazem de novo são fleches de saudade.
Saudade daquela que os plantava no solo serrano.
Saudades dela.