domingo, 24 de janeiro de 2010

POETA FLAUTISTA

                                                                    Foto: Internet

Ele pegou um papel e uma flauta.
Primeiro emergiu o poeta.
Coloriu o papel.
Olhou para o seu coração e o pôs ali.
Escreveu como que sonhando.
Doce criar de dentro.
Não só perambulando pelas palavras.
Sentindo a natureza integral mais profunda.
Algo lhe preenche com a sensação de amplitude e de grandeza.
Sentou-se à janela.
Sacou a flauta.
Compôs uma canção atrás da outra.
Elogiando o anoitecer.
Dando quietude aos passarinhos que se recolhem.
Lembrando da sua filha no berço.
Esperando as estrelas aparecerem.
Alternância de vida: ora um papel, ora uma flauta.
E a partir daí, o poeta flautista passou a viver melhor.

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