sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PAIXÃO ECOLOGICAMENTE BELA

                                                              Foto: Norma Novais

O pequeno canivete saia esculpindo
aquele nome secreto
no mole caule da siriguela,
num local quase inacessível daquela árvore.
Quatro letras iniciais dos nomes e sobrenomes.
Cuidadosamente invertidos na sua ordem real.
A seiva escorria feito uma lágrima de amor.
Era uma secreta revelação mágica
como se fizesse inscrição nas rochas.
Como se o tempo nunca a apagasse.
Numerais meio a cada letra inicial.
Crivando a data daquela inocente paixão.
Ecologicamente bela.

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