quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SECA E SECURA















O homem do campo em desalento.
Vagueia sobre o solo rachado em quebra cabeça.
Para que servirá a enxada?
Do céu não veio a preciosa água salvívica da colheita.
O chão não foi perfurado.
As nuvens não foram bombeadas.
A cisterna de chuva está seca.
As obras de transposição do Rio Chico de longo prazo.     
Quebrado o chão e quem nele vive.
Antiga penúria.
Já foram vendidas todas as joias  
da coroa do imperador Dom Pedro II.
Os poetas feito Patativa e Gonzagão
ainda cantarão pela frente os lamentos sobre o sertão.
O  Nordeste registrará os direitos autorais
da seca e da secura.
Muitos olhos interioranos ainda se voltarão
para o céu do semiárido, desejando chuva.
A esperança se desprende das raízes da  lavoura
morta prematuramente.
"A roça não vingou, meu compadre".
Sim, a seca foi quem vingou.

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