quinta-feira, 27 de março de 2014

LUTO E SAUDADE

















A tristeza a escorrer na face.
Exteriorizando-se.
Sem aprisionar a dor.
O ser revelando-se de carne, osso e emoção.
A sociedade impõe controlar-se
e óculos escuros, disfarçando o sofrimento.
Tudo em curto-circuito cerebral.
O coração diante do real - a perda,
a impotência, o luto.
A presença da ausência.
O falar da dor, da sua extensão,
da sua cor.
Tocar lembranças, narrar histórias.
Compartilhar rituais de fé.
E seguir diluindo o luto a seu tempo.
Sem imposições externas.
Falando, chorando, recordando, celebrando.
Até que instale-se somente a saudade.
Ah, a saudade!
Aquela que não costuma despedir-se.  

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