segunda-feira, 24 de março de 2014

ANSEIO DE PAZ PARA FORTALEZA




















Quero falar de flores.
Mas a realidade me chama a protestar.
A violência se espalha na cidade da luz.
E deixa marcas de medo e indignação.
Receio de assaltos e agressões.
Mortes anunciadas de pessoas conhecidas ou não.
Jovens que cedo se vão.
A paz precisa de aliados.
Que coletivamente a desejemos.
Trocar bens materiais pela vida é coisificação.
Tornar-se sem valor, ser nada.
Viver preso no trânsito, preso nos medos, dói.
Dor cidadã, dor de perdas, dor de aflição no ir e no vir.
A violência encosta em cada um de nós.
Suja o tecido social de vermelho.
E enluta nossas almas acomodadas
"com a boca escancarada, cheia de dentes
esperando a morte chegar".
E aceitamos ter números para a morte.
Estatísticas cada vez mais gritantes,
que nos classificam em lugar de destaque na barbárie.
Uma maior aquisição de rabecões.
Paliativos de policiais em locais de excessivos assaltos,
em determinadas horas, até que a população esqueça de cobrar.
A violência ronda as nossas vidas.
Teremos que aprender de alguma forma.
Espero que não seja pelo medo.
Soltos, porém prisioneiros.

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