quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NA CORDA BAMBA DA ADOLESCÊNCIA


                                           
O sofrimento guardado no cofre do cotidiano da vida.
Ou escancarado provocando a injustiça e o chorar.
A adolescência sendo testada e revirada.
Onde se esconderam as plumas do amor construído?
Para onde viajaram as conversas, o brincar, a tolerância?
O urso de pelúcia já se foi.
Outras realidades eclodem e causam surpresas.
Surpresas são surpresas, não dores.
Mudanças são mudanças, não uma estranheza proposital.
Seria um mundo incômodo? Para quem? Para a adolescente somente? Para os pais somente?
Uma travessia que se faz caminhando lado a lado.
Não tão invasiva, não tão longe.
O amor não é um sentimento descuidado.
Ele também não conjuga com sufocamento.
Ele é um olhar cuidadoso sob aquele ser em transformação.
Merecedor de aconchego e amor.
Apontando os caminhos a trilhar.
Diante muitas vezes de rumos embaraçados.
A experiência de cada um é única e irrepetível.
O jeito de caminhar pode não ser o pior e nem o melhor.
Mas a brandura, o ouvir faz parte da sabedoria da vida.
Ela reina no fundo do coração de que ama e deseja o bem.
Daqueles que não aceitam experiências piores jogadas pelo mundo.
Porque o amor grita forte em relação a vários aspectos, não a um só.
Porque o amor é apoiador, é pelúcia sem o urso.
É sutileza, é educar sem o temor do escuro negro, da violência pré-anunciada.
O amor é possível, o desamor é mais possível ainda.
O desamor é mais provável e se alimenta de rejeições ditas ou não ditas.
A dor de não ser nem criança e nem adulto embaça o viver.
Sem âncora, é possível se navegar a deriva.
Eu não consigo fixar meu olhar neste tipo de viagem. 

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