domingo, 13 de janeiro de 2013

PENDÕES AO VENTO














Os pendões enfeitam os topos da cana-de-açucar.
Imagem viva do meu Cariri.
A floração anunciava a proximidade da moagem.
O correr do caldo verde nas caldeiras.
O mel despejado nas gamelas.
O cheiro interiorano da rapadura artesanal.
Os engenhos de rapadura padeceram.
E uma roça de cana é coisa rara.
Uma amiga caririense me envia de presente
esta imagem.
Crivada nas costas da Chapada do Araripe
no chão de Missão Velha - O Riachão.
Nós duas sofremos da mesma saudade,
da mesma indignação.
Foi-se a rapadura quente na casca da lenha.
O "alfenin" grudado na casca da cana caiana.
Os pendões são bandeiras que desfilam no verde
recordando a nossa doce infância canavieira.

Dedico este poema a minha amiga Dida Quental,
que me presenteou esta imagem.
 

 

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